O processo do caso BES é tão complexo e volumoso que vai ser estreado um novo sistema informático. Permite a consulta de ficheiros durante as audiências para reduzir os tempos de espera durante a procura de documentos.
Ao longo da última década foi crescendo o número de páginas e documentos no processo BES, que somados correspondem agora a oito terabytes de informação.
Por isso, até este primeiro dia de julgamento foi preciso informatizar toda a documentação e torná-la de fácil acesso para que sempre que seja pedida a consulta de certos ficheiros não seja perdido tempo.
Tempo esse que é essencial ganhar neste megaprocesso já que vão ser ouvidas 733 testemunhas, 135 assistentes e mais de 2 mil clientes lesados com estatuto de vítimas.
A sala de audiências pode ser pequena para a dimensão do processo. Nas cadeiras deverão sentar-se 18 arguidos e 67 advogados.
Há monitores espalhados pela sala para que sejam apresentados documentos e transmitidas gravações de arguidos e testemunhas que faleceram antes do início do julgamento.
Assalto ao Castelo - a série completa de reportagens
O público tem direito a 10 lugares e apenas seis jornalistas se podem sentar na sala de julgamento. Os restantes vão ser divididos por duas salas de imprensa.
O coletivo de juízes e os três procuradores do Ministério Público vão sentar-se lado a lado e o antigo magistrado do Ministério Público, José Ranito, mostra confiança nesta equipa de trabalho:
"A justiça faz-se com esclarecimento da verdade, seja ela qual for".
Por decisão da juíza, não será permitido fotografar ou gravar as audições. Resta aos jornalistas relataram o que vai acontecendo neste julgamento que não tem data para terminar.