Queda do BES

"Caso BES minou a confiança, há pessoas que voltaram a ter o dinheiro debaixo do colchão"

Nuno Rico, especialista em Assuntos Financeiros da DECO/Proteste, sublinha que "há muitas vidas destruídas, casos mesmo mais extremos, e o principal problema é precisamente o tempo que isto demora, 10 anos é difícil de justificar".

SIC Notícias

O maior processo de sempre da justiça portuguesa começou a ser julgado dez anos depois da queda do BES. O principal arguido, Ricardo Salgado, esteve menos de uma hora no tribunal. O advogado diz que "não tem consciência que está num julgamento". Alguns dos lesados do BES manifestaram-se no Campus da Justiça de Lisboa e confrontaram Ricardo Salgado, pedem respeito e explicações. Nuno Rico, especialista em Assuntos Financeiros da DECO/Proteste, realça que há muitos consumidores que foram enganados neste processo.

"Há muitas vidas destruídas, casos mesmo mais extremos, e o principal problema é precisamente o tempo que isto demora, 10 anos é difícil de justificar, mesmo considerando toda a complexidade do processo, é difícil de justificar 10 anos", sublinha.

Nuno Rico lembra um escândalo financeiro que abalou os EUA e compara: "Certamente quem nos está a ouvir recorda-se de há uns anos, nos EUA, o caso Madoff, um caso também de um esquema piramidal de financeiro, em que há um julgamento e uma condenação em meses, de um processo também igualmente complexo".

O especialista da DECO diz que há um aspeto positivo que foi a criação de "regras na área da supervisão bancária, mais fortes, mais robustas do que aquelas que existiam em 2014".

Contudo, Nuno Rico realça que este caso minou a confiança dos consumidores na banca: “Conheço casos de pessoas que tinham o dinheiro, as poupanças, noutros bancos na altura do BES e que pura e simplesmente decidiram voltar ao velho esquema do depósito debaixo do colchão”

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