O juiz Ivo Rosa decidiu adiar “sine die” o início da instrução do caso BES.
A instrução estava marcada para o final de janeiro, mas o magistrado notificou esta quarta-feira os arguidos e os assistentes a dizer que tem excesso de trabalho e que não existem condições nas novas instalações do Tribunal Central de Instrução Criminal, que no início do ano irá mudar-se para o Campus da Justiça.
No despacho a que a SIC teve acesso, o juiz queixa-se que o edifício não tem salas com espaço para acolher as diligências e os megaprocessos, como aquele que envolve Ricardo Salgado e outros 23 arguidos e que, por isso, as centenas de volumes e apensos continuam dentro de caixotes.
Ivo Rosa diz ainda que ainda não lhe foram disponibilizados meios eletrónicos para a digitalização do processo.
O juiz reclama ainda do facto do Conselho Superior da Magistratura o ter mantido em exclusividade, para além do caso BES, com o chamado processo Octapharma, também ele de especial complexidade.
Por tudo isto, conclui Ivo Rosa, será impossível iniciar a instrução na data marcada, tal como será pouco previsível o cumprimento do calendário agendado.
É mais um atraso no chamado processo Universo Espírito Santo, cuja acusação já foi conhecida há mais de 17 meses.