George Floyd

George Floyd: último polícia condenado por cumplicidade em homicídio

Tou Thao - que já tinha sido condenado por violar os direitos civis de Floyd - foi o último dos quatro ex-polícias que enfrentaram julgamento em tribunal estadual pelo assassínio de George Floyd. O agente nunca admitiu qualquer erro.

Homenagem a George Floyd em Minneapolis

SIC Notícias

Lusa

Um ex-polícia de Minneapolis, que reteve transeuntes enquanto os seus colegas detinham o cidadão afro-americano George Floyd, que acabou por morrer sufocado, foi condenado em tribunal por cumplicidade no homicídio agravado.

O agente Tou Thao - que já tinha sido condenado em tribunal federal por violar os direitos civis de Floyd - foi o último dos quatro ex-polícias que enfrentaram julgamento em tribunal estadual pelo assassínio de Floyd, em Minneapolis, em 25 de maio de 2020.

Thao rejeitou um acordo de confissão e deixou o juiz do condado de Hennepin, Peter Cahill, decidir o veredito com base em registos escritos e nas provas apresentadas em casos anteriores. O agente acabou condenado por auxílio a homicídio agravado, na noite de segunda-feira, numa sentença de 177 páginas.

Em janeiro, os procuradores argumentaram que Thao "agiu sem coragem e não demonstrou compaixão" apesar dos seus quase nove anos de experiência.

Thao nunca admitiu crime

Ao contrário dos outros três ex-agentes policiais, Thao afirmou que não cometeu nenhum erro e muito menos um crime. Na altura em que rejeitou um acordo judicial no tribunal estadual, em agosto passado, Thao argumentou que, se se declarasse culpado, estaria a mentir.

Contudo, os procuradores consideraram que Thao sabia que os seus colegas estavam a lidar com Floyd de forma "extremamente perigosa", o que poderia deixar o afro-americano sem conseguir respirar, já que a vítima estava a pedir ajuda.

O advogado de defesa Robert Paule argumentou que a Justiça não conseguiu provar, sem sombra de dúvida, que Thao sabia que Chauvin estava a cometer um crime ou que Thao pretendia ajudar no crime, mas esse não foi o entendimento do tribunal.

O juiz vai revelar a sentença numa sessão marcada para 7 de agosto.

Protestos e condenações: a repercussão do caso

George Floyd era um afro-americano que morreu no dia 25 de maio de 2020, na altura com 46 anos, após o agente Derek Chauvin o ter retido no chão com o joelho, ao longo de nove minutos e meio.

O vídeo de um espetador que capturou os gritos de Floyd, dizendo que não conseguia respirar, tornou-se viral nas redes sociais e espoletou uma vaga de manifestações contra o racismo e contra a violência policial em mais de 140 cidades norte-americanas e em dezenas de países.

Em julho de 2022, Chauvin foi condenado a 22 anos e meio de prisão por violar os direitos civis de George Floyd, dizendo que o que o ex-polícia fez foi "simplesmente errado" e "ofensivo".

O antigo policia já tinha cometido o mesmo crime antes da morte de Floyd, mas os processos arrastaram-se durante anos.

A autarquia de Minneapolis também foi acusada e pagou 27 milhões de dólares à família da vítima. As ações judiciais defendiam que, caso a cidade tivesse agido mais cedo para disciplinar Chauvin, “a história poderia ter sido impedida de se repetir com Floyd”.

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