Gaza

Ban Ki-moon prevê fim da violência no Médio Oriente para breve

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse hoje ao Conselho de Segurança que as negociações em curso no Médio Oriente poderão terminar em breve com a violência entre Israel e o Hamas em Gaza.

 "Espero e julgo que estas negociações vão produzir resultados e que  os combates vão terminar num futuro muito próximo", sugeriu Ban Ki-moon  numa intervenção por videoconferência a partir de Ramallah, a sede da Autoridade  Palestiniana, onde hoje se deslocou no âmbito de uma vista à região destinada  a pôr termo ao conflito.  

Segundo aquele responsável, a proposta avançada pelo Egito mas até agora  recusada pelo Hamas permanece "a perspetiva mais prometedora de cessar-fogo"  e recordou que os atuais esforços, "apesar de muitos obstáculos e complexidades",  contam com o apoio da Liga Árabe.  

A intervenção do secretário-geral da ONU deu início ao debate sobre  a situação no Médio Oriente no Conselho de Segurança da ONU, numa sessão  onde deverão intervir cerca de 60 países.  

Numa iniciativa paralela, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos,  que aterrou na noite de segunda-feira no Cairo, voltou a apelar hoje ao  Hamas para aceitar a proposta de cessar-fogo egípcia, após duas semanas  de conflito em Gaza e de uma ofensiva generalizada israelita que já provocou  a morte de mais de 600 palestinianos, na grande maioria civis.  

Kerry reiterou o apelo após um encontro com o Presidente egípcio, Abdel  Fattah al-Sisi, cujo governo avançou na semana passada com uma proposta  de cessar-fogo, aceite em princípio por Israel mas rejeitada pelo Hamas.

A formação islamita palestiniana, que controla a Faixa de Gaza e integra  um governo de "unidade nacional" com a Fatah do presidente Mahmud Abbas,  colocou como condições para o cessar-fogo o fim do bloqueio israelita ao  enclave, imposto desde 2006, a reabertura o posto fronteiriço de Rafah com  o Egito e a libertação de centenas de palestinianos detidos nas prisões  israelitas.  

Na sequência da operação terrestre desencadeada na quinta-feira, Israel  tem sugerido que pretende intensificar a sua operação militar em território  palestiniano antes de um eventual cessar-fogo, exigido por diversos responsáveis  internacionais.  

"Numa primeira fase, não haverá cessar-fogo enquanto não concluirmos  a destruição desses túneis, um dos objetivos desta operação", assegurou  hoje a ministra da Justiça Tzipi Livni, considerada a "pomba" do governo  do "falcão" Benjamin Netanyahu, numa referência aos túneis que o Hamas utiliza  para se infiltrar em Israel ou abastecer uma população encurralada.  

Com a morte de 27 soldados em cinco dias, Israel registou perdas significativas  com o assalto das suas tropas terrestres a Gaza, o balanço mais pesado dos  últimos oito anos.  

Perto de 60.000 reservistas foram mobilizados para reforçar as fileiras  dos jovens conscritos, que na sua maioria aguardam nos arredores do enclave  o desenrolar das operações.  

"A fina areia de Gaza poderá tornar-se em areia movediça para os soldados  israelitas", alertava na sua edição de hoje o diário israelita Haaretz.

Lusa

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