É uma zanga antiga. Em 2005, o presidente do PSD decidiu não apoiar a candidatura autárquica de Isaltino Morais à Câmara de Oeiras. O presidente em causa era Marques Mendes e mais de 20 anos depois, tem a oposição do autarca à candidatura presidencial que apresentou em fevereiro.
Em entrevista ao Facto Político da SIC Notícias, Isaltino garante que não tem “nenhum rancor”, mas não se esquece que “enquanto o presidente de Oeiras lhe atribuía determinados cargos”, Mendes “conviveu muito bem” com ele “em termos éticos”.
“A partir de determinado momento, razões éticas levaram-no a retirar-me o apoio”
Desde então ficaram em lados opostos da barricada e a caminho das eleições presidenciais, Isaltino Morais escolheu sentar-se na primeira fila dos apoiantes a Henrique Gouveia e Melo que “não tem a manha de Marques Mendes” que é “um político com toda a manhosidade”.
Nesta entrevista, o autarca foi ainda questionado sobre as contradições do Almirante no que diz respeito à afetação de verbas destinadas ao estado social para a defesa, ao serviço militar obrigatório e à própria intenção de se candidatar à Presidência da República.
Isaltino Morais justifica as mudanças de opinião com a “dinâmica política” que é “muito acelerada” e deixou um elogio: “Quem retifica aquilo que diz não é populista, é sério”.
O pós-eleições legislativas trouxe uma novidade às presidenciais: André Ventura pode não se candidatar e não exclui um apoio ao Almirante. Isaltino não vê essa possibilidade como um problema:
“Se o Ventura apoiar o Almirante, ele não pode fazer nada. A única coisa que pode dizer é que os votos dos portugueses são todos iguais”