Não faltam adjetivos negativos a José Manuel Pureza para classificar a situação que se vive em Israel de há uma semana para cá: “ignóbil”, “odiosa”, “inaceitável” e merecedora de “todo o repúdio” e “toda a condenação”.
Professor no Curso de Relações Internacionais da Universidade de Coimbra foi durante vários anos deputado do Bloco de Esquerda, um palco que usou para denunciar ao longo dos anos as violações do direito internacional cometidas por Israel nos territórios ocupados da Palestina. Não percebe as críticas que o partido tem recebido: "Se não está clara a posição do Bloco de Esquerda, não percebo porque é que não está”.
Na estreia do ‘Facto Político’ - que será publicado todos os sábados no site da SIC Notícias - o ainda dirigente nacional do partido agora liderado por Mariana Mortágua diz não ter dúvidas de que a posição do Bloco de Esquerda é de condenação “desde a primeira hora” e acusa Carlos Moedas de ter feito uma declaração “do mais reles que pode existir”.
José Manuel Pureza referia-se à entrevista na SIC Notícias onde o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa acusou o Bloco de Esquerda e o PCP de “defenderem organizações terroristas que decapitam bebés” e de terem uma postura “racista” e “a roçar o anti-semitismo".
“Aquilo que interessa a Carlos Moedas é atacar a esquerda, pouco lhe importa o que se passa na Palestina”, atira.
Deixando claro que o que aconteceu em Israel nos últimos dias é condenável e não pode ter ‘mas’, o ex-deputado do Bloco de Esquerda pede que as pessoas não fiquem “cegas quanto à realidade que se vive naquela terra”. É mais um passo no “apodrecimento de um situação que se vive há 56 anos” e que se traduz “numa humilhação pesadíssima e insuportável de todo um povo e que tem expressões de violência inaudita de parte a parte”.