O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, afirmou esta segunda-feira que o resultado das europeias mostrou que os portugueses disseram ao Governo que tem de envolver a oposição.
"O Governo [eleito pela coligação AD - PSD/CDS-PP/PPM] precisa também de querer envolver o parlamento e a oposição. Aliás, acho que foi aquilo que os portugueses também quiseram dizer ontem [domingo]", com o resultado das europeias, afirmou Pedro Nuno Santos, que falava aos jornalistas à chegada a Pedrógão Grande, onde marca presença nas comemorações do 10 de Junho.
Para o líder do PS, "é muito claro que os portugueses não gostaram da forma como o Governo foi lidando com o parlamento e a oposição". "Se não, o Governo que tomou posse há dois meses não tinha acabado de perder umas eleições", disse.
Pedro Nuno Santos vincou que o Governo tomou posse "há dois meses" e que teve um "último mês com campanha intensa, com medidas atrás de medidas", e, mesmo assim, "perdeu as eleições" europeias.
PS não será “fator de instabilidade”
Questionado pelos jornalistas sobre se o primeiro-ministro, Luís Montenegro, terá entendido essa mensagem, o secretário-geral do PS disse que espera "que tenha percebido".
Pedro Nuno Santos reafirmou que o PS não será "fator de instabilidade", realçando que não é o partido que lidera que excluiu "qualquer vontade de diálogo".
Vitória nas Europeias
O PS foi o partido mais votado, com 32,1% e oito eurodeputados, nas europeias de domingo, à frente da Aliança Democrática, que teve 31,1% e sete mandatos, segundo os resultados provisórios.
Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o Chega, que elegeu dois eurodeputados, foi a terceira força política, com 9,79%.
Também com dois deputados eleitos, a Iniciativa Liberal (IL) obteve 9,07% dos votos. O Bloco de Esquerda (BE) recolheu 4,25% dos votos e a CDU (PCP/PEV) 4,12%, obtendo um eurodeputado cada.
As comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, centram-se este ano em Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, concelhos fustigados pelos incêndios de junho de 2017, de que resultaram 66 mortos e 253 feridos. Estes fogos destruíram também cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.