Foi em maio deste ano que o almirante Henrique Gouveia e Melo anunciou a sua candidatura à Presidência da República. A ele juntam-se outros candidatos já confirmados, como António José Seguro, Luís Marques Mendes, António Filipe, Joana Amaral Dias, João Cotrim de Figueiredo e André Pestana.
Em entrevista à SIC, Henrique Gouveia e Melo criticou a forma como está a decorrer a corrida a Belém, considerando que cada partido parece apostar no seu próprio candidato, o que dá a sensação de uma segunda volta das legislativas, e não de umas eleições presidenciais.
"O Presidente [da República] não é um tribuno de uma fação, mas sim de todo o povo", defende o almirante Gouveia e Melo.
Afirma que os seus concorrentes têm uma grande dependência do apoio dos partidos para chegarem a Belém, o que, na sua opinião, poderá causar problemas no futuro.
Reforça a sua posição como o único candidato "verdadeiramente independente", de centro, que não se identifica com nenhum dos extremos. Ainda assim, admite que não recusará o voto de nenhum português, seja da extrema-esquerda ou da extrema-direita.
Assumindo uma possível residência em Belém, defende que quem endireita o país é o Governo e a Assembleia da República. Ao Chefe de Estado cabe ajudar, sendo exigente com a governação, fiscalizando a democracia e dando o exemplo. Reforça que o poder da Presidência reside precisamente nisso: no exemplo, na palavra e na capacidade de motivar a sociedade.
Candidatura de André Ventura pode ser um osbstáculo?
Gouveia e Melo desvaloriza a entrada de André Ventura na corrida a Belém e garante não estar preocupado. Sublinha que a sua estratégia não será alterada, uma vez que não pertencem ao mesmo espectro político, e questiona até a necessidade dessa candidatura: "Não percebi bem porque é que decidiu entrar nestas presidenciais."
Sobre o almoço com o líder do Chega, no final de agosto, Gouveia e Melo garante que não foi em busca de qualquer entendimento. Refere que ambos perceberam rapidamente que não existia qualquer ponto de intersecção entre os dois.
Acrescenta ainda que já se reuniu com outros candidatos a Belém e sublinha que um futuro Presidente da República não pode “queimar pontes dentro do espectro político”.
Saúde, Defesa e Segurança?
Afirma que existem problemas de segurança pontuais em Portugal, que não há dados que indiquem a existência de um problema grave de segurança, tratando-se antes de perceções que têm vindo a ser criadas.
Referiu que a saúde está desorganizada e que o Estado tem de ser eficaz e eficiente na gestão dos seus recursos, sob pena de prejudicar a economia.
Defendeu um investimento progressivo na defesa, sublinhando que o serviço militar obrigatório é difícil de manter em sociedades democráticas do século XXI e que não é aquilo que pretende.
Por isso, propõe a criação de uma reserva composta por jovens que terminem o contrato ao fim de seis anos, garantindo-lhes incentivos monetários e cuidados de saúde, que estariam disponíveis para manter ligação às Forças Armadas em situações de necessidade, o que considera a forma mais simples de resolver os problemas de recursos humanos.
[Em atualização]