Eleições Legislativas

PAN também quer rever Constituição, mas é contra ideias do Chega e IL

A porta-voz do PAN critica os partidos que querem impor cunho ideológico na revisão constitucional. A ideia de Inês Sousa Real passa por atualizar a Constituição nas “preocupações com o ambiente” e “com outros seres”.

SIC Notícias

O PAN também quer uma revisão da Constituição, mas só para torná-la mais “humanista” nas preocupações com os animais e o ambiente. Inês Sousa Real diz não alinhar numa mudança com cunho “economicista” e “privatista” como outros partidos propõem.

A líder do PAN foi recebida, esta sexta-feira, pelo Presidente da República no Palácio de Belém. À saída do encontro, falou sobre a polémica de uma eventual revisão constitucional, ideia defendida tanto pelo Chega como pela Iniciativa Liberal – numa altura em que a direita tem a maioria parlamentar necessária para concretizá-la.

Em declarações aos jornalistas, no final do encontro em Belém, Inês Sousa Real defendeu que a revisão constitucional não pode trazer recuos aos direitos já adquiridos, mas apenas levar mais longe os direitos já consagrados. E comprometeu-se em contribuir para a discussão.

“O PAN voltará a apresentar não só propostas no âmbito da revisão constitucional, mas sempre numa lógica de aprofundamento dos direitos já existentes”, anunciou.

A porta-voz do PAN sublinha que tem uma visão da revisão da Constituição distinta da dos “grandes partidos” ou “daqueles que querem trazer um cunho marcadamente ideológico para a mesma”.

“Queremos garantir que a Constituição é atualizada do ponto de vista do século XXI, quer naquilo que é a sua dimensão humanista, quer nas preocupações com o ambiente ou até mesmo a empatia para com outros seres.Não iremos alinhar naquela que é uma visão economicista ou até mesmo privatista do Estado”, declarou.

Tumultos internos? “Consciência tranquila”

A porta-voz do PAN garante que tem liderado o partido com abertura e que está de "consciência mais do que tranquila", recusando-se a alimentar o que considera serem narrativas "falsas e infundadas" sobre a sua direção.

No dia das legislativas, dois membros da comissão política nacional do PAN, Anabela Castro e Nuno Pires, eleitos pela lista da atual líder, Inês de Sousa Real, demitiram-se do órgão do partido, acusando a direção de desrespeito pela democracia interna, centralização do poder e silenciamento dos críticos.

"Tenho a minha consciência mais do que tranquila enquanto líder e acho que os portugueses também já conhecem a minha maneira de ser e de estar e,portanto, não alimento esse tipo de narrativas que são completamente falsas e infundadas", afirmou, depois de se questionada sobre se não receia que a sua liderança esteja fragilizada.

A líder do PAN garantiu que no dia em que sentir que não está a cumprir bem o cargo para que foi eleita será a "primeira a ceder o seu lugar a outra pessoa dentro do partido".

Com Lusa

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