Eleições Legislativas

Ventura já prepara governo-sombra com nomes de fora do partido: “Somos contra os jobs for the boys”

Em entrevista à SIC, André Ventura garante que está “pronto para governar” o país se assim chegar o momento, e revela que está já a preparar um governo-sombra, composto sobretudo por nomes de fora do partido.

Afonso Guedes

Carolina Botelho Pinto

Manuel Ferreira

Nuno Frois

Chega e PS saíram empatados a nível de mandatos das eleições legislativas de domingo, com 58 cada, mas os votos dos círculos da emigração - conhecidos a 28 de maio - podem ditar mesmo um segundo lugar para o partido de André Ventura.

A confirmar-se este cenário, será uma “mudança profunda do paradigma político” e uma “vitória histórica” para o partido. Mas Ventura vai mais além e diz mesmo que, liderando a oposição, terá um governo-sombra “pronto a governar”.

“Quem é líder da oposição deve estar preparado a todo o momento para ser primeiro-ministro e tem que ter uma equipa em quem os portugueses possam confiar.”

Equipa essa que já está a montar e cuja maioria dos nomes, diz, vem de fora do partido, sem revelar mais detalhes.

“Somos contra os ‘jobs for the boys’, contra os tachos. (...) Na Saúde, na imigração, na Segurança Social e outras áreas fundamentais não podemos pensar em quem tem cartão partidário, mas em quem tem qualidade”, justifica.

Revisão Constitucional a caminho?

Agora que a Direita conta com uma maioria de dois terços no Parlamento, permitindo, assim, uma revisão Constitucional - projeto com o qual a IL já esta quarta-feira admitiu avançar - também o Chega se posiciona favorável a esse caminho.

Em causa podem estar alterações como a introdução da prisão perpétua, admite André Ventura.

“Só não avançamos se não quisermos, sobretudo com reformas estruturantes nas várias áreas. (…) Numa área que temos trabalhado muito que é quem comete crimes graves, quem comete crimes violentos, poder existir em Portugal prisão perpétua”, disse.

“Queremos estabilidade, mas…”

O líder do Chega garante ainda que não pretende criar instabilidade no país e espera que a nova legislatura dure quatro anos. No entanto, não exclui avançar com a Comissão Parlamentar de Inquérito ao primeiro-ministro.

“Há dúvidas graves ainda por esclarecer. (...) Queremos estabilidade, mas não nos peçam para ser farol da estabilidade à custa da luta contra a corrupção. Está nas mãos do primeiro-ministro esclarecer [caso Spinumviva]”, afirma.

Sobre a já anunciada moção de rejeição do PCP ao Programa de Governo, André Ventura pede “responsabilidade” aos partidos, lembrando que é preciso “apresentar alternativa”.

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