Em entrevista à SIC Notícias, Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, desvaloriza as recentes sondagens, que atiram os socialistas para o segundo lugar atrás da Aliança Democrática, e insiste na ideia de que “a eleição de Luís Montenegro não iria garantir estabilidade ao país".
O líder do Partido Socialista começa por desvalorizar as recentes sondagens que apontam a Aliança Democrática como o grande vencedor das legislativas que se aproximam. “As sondagens têm o valor que têm”, atira.
Após afirmar que "só o PS é garantia de estabilidade", o socialista sublinha que "os portugueses percebem que a eleição de Luís Montenegro não iria garantir estabilidade ao país":
"Continuaria ensombrado em suspeitas e isso continuaria a manter o país num ambiente de suspeição e de dúvida que não é o que nós precisamos. Precisamos de encerrar este capítulo e de dar início a uma nova vida com um governo que garanta estabilidade."
"Economia crescia mais no último ano da governação socialista"
Pedro Nuno Santos aponta que "as coisas que estão bem agora já estavam há um ano" e vai mais longe:
"Apesar de tudo, melhor há um ano como é o caso do crescimento económico. (...) A economia crescia mais no último ano da governação socialista do que no primeiro ano da AD. "
“No último ano e meio”, vinca, o PS “foi um elemento de estabilidade” e dá o exemplo da viabilização do Orçamento do Estado.
A mensagem de mudança do Partido Socialista, expõe, passa pelo crescimento da economia nacional traduzido em “melhores salários e pensões” e numa maior oferta de habitação.
Sobre esta matéria, o secretário-geral dos socialistas considera que o Governo deveria “usar os dividendos distribuídos pela Caixa Geral de Depósitos ao Estado para financiar a construção da habitação para a classe média e para os filhos da classe média”.
“Liderança do partido não está em causa”
O líder da oposição não confirmou as notícias que apontam que José Luís Carneiro e Maria Manuel Leitão Marques, à semelhança de Fernando Medina, não pretendem ser cabeças de lista do partido às legislativas.
Questionado sobre um eventual interesse de Medina em assumir a liderança do PS, Pedro Nuno Santos responde assegurando que “a liderança do partido não está em causa”.
“O Partido Socialista não quis estas eleições, não provocou estas eleições, mas aqui chegados vamos ganhá-las”, assegura.
O socialista confessa também não ter ficado esclarecido com as explicações Montenegro sobre os pareceres da sua empresa à Câmara de Espinho. “É uma questão séria e é assim que deve ser encarada pelo primeiro-ministro", considera.
Constata ainda que são “sempre arrancados a ferros todos os esclarecimentos que o primeiro-ministro vai dando”, o que, na opinião de Pedro Nuno Santos, “não é aceitável”.
"Votação no Livre pode contribuir indiretamente para vitória da AD”
O líder partidário explica que o PS não estabeleceu uma coligação pré-eleitoral com o Livre, simplesmente, porque “não se colocou” e aproveita para deixar um recado aos eleitores: “A votação no Livre pode contribuir indiretamente para uma vitória da AD.”
Para terminar, aborda ainda as presidenciais e não se alonga quanto ao candidato que os socialistas irão apoiar, recusando comentar um eventual apoio a António Vitorino, “um quadro altamente qualificado do PS”, elogia.
“A única coisa que interessa sobre esse tema é que o Partido Socialista, quando houver candidatos da sua área política, decidirá o seu apoio”, remata.