O Presidente da República rejeitou esta segunda-feira comentar declarações de partidos ou notícias de jornais, minutos depois de André Ventura ter dito que Belém não se oporia a uma eventual presença do Chega no Governo.
Antes de sair do Palácio de Belém, o líder do Chega tinha afirmado que "o senhor Presidente da República desmentiu cabalmente e categoricamente que tivesse manifestado qualquer intenção de impedir que o Chega fizesse parte integrante ou liderante ou de qualquer outra forma do Governo da República".
Ângela Silva, do Expresso, refere que Marcelo Rebelo de Sousa esteve bem em não alimentar mais esta polémica com André Ventura.
"Se ainda pudesse dar notas, daria uma nota bastante alta ao Presidente da República. Que é do mais elementar bom senso que não continue a alimentar esta conversa. Quem já teorizou o que teria de fazer caso André Ventura chegasse ao poder, foi Marcelo Rebelo de Sousa. Porque sabe que não o pode impedir", afirmou na Edição da Noite da SIC Notícias.
A comentadora SIC Maria João Avillez relembra que o chefe de Estado proferiu essas declarações antes das eleições legislativas, em que o Chega alcançou mais de um milhão de votos.
“Na altura que o Presidente da República disse isso, não tinha que contar com 1,5 milhões de votos e com outra atenção que as circunstâncias desde do dias 10 de março proporcionaram”, atirou.
O comentador SIC Sebastião Bugalho concorda com a decisão do Presidente da República em não comentar comentários do líder do Chega, defendendo que se o fizesse, estaria “envolvido numa novela mexicana”
"Marcelo Rebelo de Sousa faz bem em afastar-se do tabu. O Presidente da República não tem de comentar os comentários de André Ventura, senão estamos envolvidos numa novela mexicana", considerou.
Segundo Bugalho, André Ventura estará já a preparar o cenário de eleições antecipadas e terá um culpado para essa instabilidade governativa.
Os partidos estão preparados para eleições antecipadas e Ventura já percebeu que o fator principal que decidiria essa segunda volta era que ficaria com o ónus da instabilidade, quem não conseguiu garantir uma solução de Governo estável e de futuro. Na ótica do Chega será o PSD", acrescentou.