O partido de extrema-direita Alternativa Democrática Nacional está a ter, neste domingo, seis vezes mais votos do que teve em 2022. Mas este fenómeno não é surpresa e os “avisos” para esta possibilidade foram feitos - mas passaram despercebidos.
O ex-PDR, agora Alternativa Democrática Nacional, está a ter uma margem de crescimento poucas vezes vista em eleições legislativas.
À hora desta notícia - 21:50 de dia 10 de março - o ADN já teve 65 mil votos apurados o que contrasta com os 10 mil votos das Legislativas de 2022, de acordo os resultados apurados do Ministério da Administração Interna.
Quando o boletim de voto foi divulgado, vários avisos sobre enganos foram feitos, tendo em conta a semelhança do nome do partido ADN com a AD (coligação Aliança Democrática entre PSD, CDS e PPM).
Este domingo, a AD ainda tentou conter os danos após vários eleitores se terem queixado de enganos quando foram votar.
A AD apelou à Comissão Nacional de Eleições para que promova o "voto esclarecido" devido à semelhança de nomes nos boletins. Num comunicado dirigido à CNE, a direção de campanha nacional da AD alertou que tem recebido "inúmeros relatos" de pedidos de repetição do voto.
Por sua vez, o partido Alternativa Democrática Nacional já apresentou uma queixa à CNE contra a Aliança Democrática, criticando a publicidade através dos meios de comunicação "com a desculpa" de enganos entre ADN e AD.
Mas quem é o ADN?
Em 2014, António Marinho e Pinto, criou o PDR. Em 2015, foi a eleições e contabilizou perto de 60 mil votos. Não conseguiu eleger.
Em 2019, a queda foi abrupta, tendo perdido 80% dos votos que tinha conquistado há quatro anos.
Por isso, em 2020, uma mudança de liderança era imperativa. E isso aconteceu. Agora era Bruno Fialho o homem do leme.
Já no ano seguinte, 2021, o PDR renovou-se e passou a ser o ADN.
Em 2022, o resultado voltou a não ser expressivo, tendo contabilizado 10 mil votos. No entanto, Bruno Fialho persistiu e, agora, em 2024, ainda sem os resultados todos apurados, o ADN já ultrapassou o seu melhor resultado de sempre.
No entanto, quando se pesquisa pelo seu programa eleitoral para 2024, este encontra-se indisponível.
Mas o partido disse que está, desde a meia-noite, a sofrer "sucessivos ataque informáticos" ao seu 'site'
As ideias centrais do ADN
As políticas são consideradas de direita, com a valorização do mercado livre, a propriedade privada e a gestão do SNS com parcerias público-privadas.
No entanto, o partido encontra-se no espetro extremista tendo em conta que defende que as alterações climáticas são uma "fraude climática", quer eliminar apoios públicos aos aborto e à mudança de sexo e abolir as políticas que defendem e protegem a comunidade LGBTQIA+.
A 28 de fevereiro Bruno Fialho disse que o ADN ia ultrapassar o PAN nestas legislativas, “pela direita”.