A Cofina recebeu uma oferta de aquisição lançada sobre a sua subsidiária Cofina Media, que é dona da CMTV, Correio da Manhã, Record, Jornal de Negócios e da revista Sábado.
Nesta oferta, a empresa foi avaliada em €75 milhões de euros.
Resposta ainda não há. O grupo Cofina solicitou um prazo de 60 dias para avaliar a proposta.
Se a aprovar, a administração terá de a levar a uma assembleia geral de acionistas para que estes se pronunciem sobre a venda.
São eles Ana Mendonça, a maior acionista do grupo, com quase 20% da empresa, João Borges de Oliveira, com 15%, o seu irmão Pedro Borges de Oliveira, com 10%, o presidente executivo, Paulo Fernandes, com 13,88%, e Domingos Matos, que detém 12%. O resto do capital está disperso pela Bolsa.
Na manhã desta segunda-feira, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a CMVM, levantou a suspensão da negociação de ações da Cofina, cuja transação em bolsa tinha sido bloqueada na sexta-feira, depois de ter sido noticiado que o futebolista Cristiano Ronaldo é um dos investidores interessados na empresa de media.
Entre os interessados na compra total da Cofina Media estão Ana Dias e Luís Santana, atuais administradores, e também Octávio Ribeiro, que pertencia à direção-geral editorial.
Dos potenciais novos acionistas quase não se sabe nada, além de que Ronaldo integra o lote de investidores. E é ainda uma incógnita o valor que o craque irá investir neste seu novo negócio.
Em declarações ao Expresso, Luís Santana disse: “Cristiano Ronaldo, o melhor futebolista de sempre, um atleta de exceção e um português de referência de quem muito nos devemos orgulhar como nação, com valores como a exigência, o rigor, o trabalho e a resiliência, vir a participar num grande projeto de media que partilha os mesmos valores, será sempre, naturalmente, um grande motivo de satisfação e orgulho”.
Ronaldo teve alguns conflitos com a CMTV, tendo ficado marcado o momento em que atirou um microfone do canal para um lago, um episódio a somar às vezes em que recusou responder à estação televisiva. Mas uma fonte próxima do jogador disse ao Jornal de Negócios que Ronaldo estava “muito entusiasmado” com o negócio.
A hipótese de uma junção entre a Cofina e a Media Capital, que detém a TVI, estava em cima da mesa há algum tempo, mas a sua concretização resultaria na saída de parte da gestão de ambos os órgãos. Agora, tudo indica que o negócio tenha sido esquecido.
A proposta que inclui Ronaldo é agora a que mais entusiasma o mercado: as ações da Cofina estão a valer cerca de 30% mais do que valiam antes das notícias do interesse do futebolista.