As autoridades de Ceuta transferiram um grupo de 250 menores marroquinos para um polidesportivo coberto em Santa Amelia, preparado para acolher as crianças e descongestionar o armazém de Tarajal, para onde foram conduzidas inicialmente.
Segundo informaram à agência de notícias EFE fontes governamentais de Ceuta, a transferência ocorre na sequência da decisão de retirar pessoas do armazém industrial de Tarajal, de onde, na última quarta-feira, já tinham sido retirados 230 menores e transferidos para um abrigo temporário na área de Piniers.
Os menores foram transferidos pelas 22:30 de sexta-feira para instalações desportivas equipadas com beliches.
Este pavilhão de Santa Amelia foi utilizado durante os primeiros meses da pandemia de covid-19 para acolher menores marroquinos que se encontravam nas ruas da cidade, principalmente na zona portuária, e que não queriam dormir no centro de acolhimento.
O governo de Ceuta identificou 438 menores e anunciou que vai continuar o processo de identificação nos próximos dias junto dos cerca de 800 menores que entraram ilegalmente em Ceuta na segunda e terça-feira.
O pavilhão de Santa Amelia converteu-se, assim, num segundo alojamento de emergência que o governo regional teve de instalar nas últimas horas, após ter de reabrir o abrigo Piniers.
As autoridades do enclave espanhol reconheceram na sexta-feira enfrentar dificuldades em reunir famílias marroquinas com cerca de 438 crianças e adolescentes que esta semana entraram ilegalmente no enclave de Espanha no Norte de África, a partir de Marrocos.
Os responsáveis confirmaram que havia 438 menores desacompanhados entre as mais de 8.000 pessoas que entraram ilegalmente em Ceuta entre segunda-feira e quarta-feira, escalando a fronteira marroquina ou contornando-a a nado.
Os funcionários dos serviços sociais ainda estão a verificar as idades dos menores que entraram no enclave e que estão em abrigos ou a vaguear pelas ruas, disse na sexta-feira à Associated Press (AP) Mabel Deu, uma porta-voz da autoridade daquela cidade.
A linha telefónica disponibilizada na quinta-feira para ajudar e encontrar os familiares de pessoas que atravessaram a fronteira já recebeu 4.400 chamadas, muitas das quais de pais desesperados por informações sobre os filhos, acrescentou a porta-voz.
De acordo com as autoridades espanholas, Marrocos já recebeu mais de 6.600 pessoas que tinham chegado a Ceuta, território espanhol e, logo, da União Europeia (UE), procurada por milhares de imigrantes africanos.