"No Reino Unido, estamos determinados a ajudar a Itália. Reconhecemos que é um problema europeu", declarou Johnson numa conferência de imprensa conjunta com o homólogo italiano, Paolo Gentiloni, em Florença.
O MNE conservador britânico vincou que os navios britânicos HMS Diamond e HMS Enterprise fazem parte da força militar especial da União Europeia sediada em Roma e batizada como 'Operação Sophia', lançada em 2015 com o objetivo de neutralizar os circuitos de tráfico de refugiados no Mediterrâneo.
Johnson disse que a Operação Sophia foi concebida "para ajudar a enviar para trás alguns desses barcos".
"E, pessoalmente, penso que eles deveriam ser obrigados a voltar para trás o mais próximo da costa possível, para que não alcancem o território italiano e isso tenha um efeito mais dissuasor para outros barcos que se dirijam para Itália a partir do norte de África", sustentou.
"Creio estar certo ao dizer que enviámos de volta 200.000 migrantes -- perdão, salvámos -- salvámos 200.000 migrantes, por isso, penso realmente que é a abordagem correta", insistiu Boris Johnson, sem especificar a que migrantes se referia.
O HMS Enterprise participou hoje numa operação de salvamento de 750 migrantes ao largo da Líbia, indicou a guarda costeira italiana.
A Itália ocupa a linha da frente nas aspirações dos migrantes que buscam uma vida melhor na Europa, tendo desde 2014 chegado à sua costa 450.000 pessoas.
De acordo com o ministério do Interior italiano, quase 128.400 migrantes chegaram via Mediterrâneo desde o início deste ano -- um aumento de 5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Muitos embarcam em embarcações precárias, improvisadas e sobrelotadas na esperança de alcançar a ilha italiana de Lampedusa, situada a cerca de 300 quilómetros de distância.
O enviado da ONU, Martin Kobler, disse numa entrevista hoje publicada que cerca de 235.000 pessoas estão dispostas a fazer a perigosa travessia entre a Líbia e Itália.
"Temos nas nossas listas 235.000 migrantes que só estão à espera de uma oportunidade para partirem em direção a Itália, e fá-lo-ão mesmo", assegurou Kobler ao diário italiano La Stampa.
Os navios da 'Operação Sophia' só podem abordar as embarcações dos traficantes de seres humanos se elas entrarem em águas internacionais, o que nunca fazem, e muitas vezes limitam-se a proceder a operações de resgate de migrantes que estão a tentar chegar à costa italiana.
A força especial da UE não pode entrar em águas territoriais da Líbia sem um pedido formal ao Governo de unidade nacional, apoiado pela ONU, que está a tentar ampliar a sua vacilante autoridade de Tripoli ao resto do país.
O MNE italiano reiterou que a crise dos migrantes é um problema para a Europa no seu todo, e não só para Itália, e será debatido na cimeira europeia de sexta-feira em Bratislava.
Lusa