Mesmo com a chuva, um grupo de estudantes concentrou-se esta quarta-feira na Avenida dos Aliados, num “parque de campismo” organizado pela Federação Académica do Porto. Montaram 18 tendas, em alusão às 18 mil camas que foram prometidas (e estão por cumprir) pelo Plano Nacional de Alojamento do Ensino Superior.
"Queremos chamar a atenção ao país sobre a crise no alojamento estudantil, que está a tornar o Ensino Superior num reprodutor das desigualdades, em vez de ser um elevador social, prejudicando todo o país", diz Francisco, um dos estudantes no protesto.
Mafalda, que acabou este ano a licenciatura e desistiu de seguir o mestrado por causa dos preços das rendas, dá o seu exemplo pessoal.
“Subiram-me a renda. Decidi sair da casa. A renda estava em 212 euros e subiu para 300 euros”, conta a estudante, reconhecendo que, ainda assim, “a maioria dos colegas continua a pagar mais do que isto”.
Um quarto custa em média 400 euros
A vida académica começa agora para milhares de estudantes que ingressam no Ensino Superior. Só que a alegria de terem entrado na universidade esbarra na dificuldade em encontrar alojamento. A equipa de reportagem da SIC testemunhou essa realidade das desigualdades
De acordo com os dados do Observatório do Alojamento Estudante, o preço médio de um quarto ultrapassa os 400 euros mensais, um aumento em relação a 2024. A maior subida de preços foi a Norte do país. Um quarto no Porto ronda agora os 400 euros. Em Braga e Aveiro, ultrapassa os 300 euros.