A maior parte dos artistas seria incapaz de abordar um assunto tão grave como a crise dos refugiados numa música. Não é o caso de M.I.A., cujo álbum novo se baseia em politizar a pop, uma vez mais. "O Mundo de que falei há cerca de 10 anos, ainda é o mesmo", postou a cantora, recentemente no Twitter. "É por isso que é difícil para mim dizê-lo, de novo, num novo trabalho."
Mathangi Maya Arulpragasam é M.I.A. (que significa "Missing In Action"). Tem origem tâmil e nasceu no Sri Lanka a 18 de julho de 1975. É ativista, o que influencia, naturalmente, a maneira como se move na música. E "Borders", cujo vídeo estreou hoje, é apenas mais uma que prova de que a rapper continua a ser única na capacidade de implementar ideias sobre a cultura pop e os temas globais importantes. O vídeo foi dirigido pela própria e faz uma afirmação sobre a crise de migração contínua, castiga a resposta dos políticos europeus e lamenta a construção de barreiras para impedir a entrada de imigrantes em vários países.
Numas imagens podemos ver as perigosas viagens dos migrantes, com barcos carregados de refugiados; noutras, cercas com arame farpado. No que diz respeito à música, "Borders" funde os estilos orientais e ocidentais e a letra questiona o tecido da sociedade moderna - política, identidades, privilégio, internet e smartphones, tal como noticia o The Guardian.
O quinto disco de M.I.A. vai ser lançado pela Interscope Records.