Coronavírus

Polémica com vacina da AstraZeneca “provavelmente matou milhares de pessoas”, diz cientista de Oxford

Para John Bell, a abordagem adotada por alguns países em relação à vacina prejudicou a sua reputação de uma forma que “ecoou pelo resto do mundo”.

Um cientista de Oxford, que contribuiu para o desenvolvimento da vacina da AstraZeneca, acredita que “centenas de milhares de pessoas” provavelmente morreram porque alguns políticos e cientistas prejudicaram injustamente a reputação desta vacina.

John Bell, num programa especial da BBC, citado pela SKY News, aponta que a “má conduta” de cientistas e políticos fez com que a segurança e eficácia a vacina da AstraZeneca fossem descredibilizadas: “Eles prejudicaram a reputação da vacina de uma forma que ecoou pelo resto do mundo”, disse o professor.

“Acho que a má conduta de cientistas e políticos provavelmente matou centenas de milhares de pessoas – e isso não pode ser motivo de orgulho.”

As preocupações à volta da vacina da AstraZeneca começaram em janeiro de 2021, quando a França e a Alemanha demonstraram ter dúvidas sobre a eficácia da vacina em pessoas com mais de 65 anos.

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) aprovou esta vacina para todos os adultos e os dois países acabaram por recuar. No entanto, poucos meses depois, vários países suspenderam o uso devido a risco de coágulos sanguíneos.

Alemanha, França, Espanha, Itália, Países Baixos, Irlanda, Dinamarca, Noruega, Bulgária, Islândia e Tailândia são alguns dos países onde foram registados casos de trombose pouco tempo após a toma da vacina da AstraZeneca.

A relação de causalidade, no entanto, nunca ficou comprovada. Para a EMA os benefícios da vacina superam os riscos, tal como para o Comité Conjunto de Vacinação e Imunização do Reino Unido, que defendeu sempre que estes eventos são “extremamente raros”. Esta é uma avaliação também partilhada pela Organização Mundial da Saúde, que colocou a eficácia da AstraZeneca em 76%.

De acordo com a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido, as últimas estimativas indicam que os casos de coagulação são 15,5 por milhão de doses.

 
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