Coronavírus

Marcelo considera que se deve dar aos cidadãos a responsabilidade de monitorizar a pandemia

“Não houve aqui nenhuma proposta de nenhum especialista que apontasse para introdução de restrições significativas naquilo que é a situação de abertura económica e social no nosso país”, disse o Presidente da República.

O Presidente da República voltou a agradecer aos portugueses a colaboração no combate à pandemia de covid-19 e elogiou a “cultura cívica dos portugueses”, considerando que se deve dar aos cidadãos a responsabilidade de monitorizar a pandemia, tese defendida por uma das especialistas na sessão desta quarta-feira no Infarmed.

Em declarações no final da reunião que juntou peritos e especialistas, Marcelo Rebelo de Sousa apelou à “continuação e aceleração” do processo de reforço da vacinação ao longo dos próximos três meses e lembrou que foi apresentado “um conjunto de propostas” de gestão da pandemia “sobre o qual o Governo irá debruçar-se”.

“Não houve aqui nenhuma proposta de nenhum especialista que apontasse para introdução de restrições significativas naquilo que é a situação de abertura económica e social no nosso país”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado referiu também que apesar de Portugal ser uma das sociedades mais abertas a seguir à Suécia, isso não tem significado um aumento do número de mortes e internamentos.

“Há aqui um quadro geral, em que se destaca a diferença entre contágio, número de casos, e incidência nos internamentos, nos cuidados intensivos e nas mortes, isto é, na gravidade desta variante. E, por outro lado, a importância fundamental da vacinação”, sublinhou o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa fez eco da comunicação das recomendações para a gestão da pandemia feitas por Raquel Duarte, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto.

A especialista defendeu a redução das medidas restritivas tendo por base medidas de precaução, nomeadamente: vacinação, ventilação, certificado digital, testes e e auto-testes, higienização das superfícies e das mãos.

Raquel Tavares sublinhou também a “promoção de autoavaliação do risco e autoteste”, e da realização de testes “acessíveis e gratuitos”. É importante “capacitar a população sobre o que fazer no caso de um teste positivo”, considerou.

No fim da apresentação no Infarmed, a especialista disse que após quase dois anos de contacto com a SARS COV-2, é importante “considerar a autogestão de risco e a responsabilização de cada um de nós”.

No seguimento das apresentações dos peritos, e em resposta aos jornalistas, Marcelo disse que não prevê grandes agravamentos das medidas que já estavam pensadas.

Reunião no Infarmed: especialistas propõem “redução das medidas restritivas, mas com alertas”

DGS continua a avaliar período de isolamento profilático

A Direção-Geral da Saúde (DGS) continua a avaliar o período de isolamento profilático contra a covid-19, revelou também o Presidente da República, no dia em que entrou em vigor a norma com a redução do prazo para sete dias.

“Está a Direção-Geral da Saúde a estudar o período de isolamento. E da definição desse período de isolamento depende também o número de cidadãos que poderão ou não exercer o direito de voto, com uma decisão a breve trecho”, afirmou o chefe de Estado.

A decisão de redução do período de isolamento de 10 para sete dias tinha sido anunciada pela DGS já no dia 30 de dezembro, mas a norma só foi atualizada esta quarta-feira.

As normas atualizadas pela DGS também reduzem para sete dias o isolamento dos contactos de alto risco, mas alteram as definições destes contactos, que só entram em vigor na próxima segunda-feira.

Assim, passam a ser considerados contactos de alto risco os coabitantes do caso confirmado, exceto se tiverem esquema vacinal completo com dose de reforço, quem resida ou trabalhe em lares ou outras respostas dedicadas a pessoas idosas, comunidades terapêuticas e de inserção social, bem como em centros de acolhimento temporário, de alojamento de emergência e na rede de cuidados continuados.

De acordo com as normas atualizadas, o período de isolamento será de 10 dias para quem desenvolve doença moderada e 20 para quem desenvolve doença grave e para quem tem problemas de imunodepressão, independentemente da gravidade da evolução clínica.

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