Coronavírus

Vacinas poderão ser menos eficazes contra Ómicron, admite OMS

Na sua análise à Ómicron, a OMS reitera que a variante parece afetar a eficácia das vacinas contra a infeção e transmissão, aumentando também o risco de reinfecção.

CHRISTOF STACHE

SIC Notícias

Lusa

As primeiras evidências indicam que as vacinas contra a covid-19 podem ser menos eficazes contra a infeção e transmissão associada à variante do coronavírus Ómicron, que traz também um risco maior de reinfecção, disse a Organização Mundial de Saúde na quarta-feira.

Estudos preliminares independentes da OMS mostraram que a Ómicron reduz a proteção contra a reinfecção de quatro das principais vacinas covid, aquelas produzidas pela Pfizer-BioNTech, Moderna, AstraZeneca e Johnson & Johnson (Janssen).

Na atualização epidemiológica semanal, a OMS refere que são necessários mais dados para entender melhor até que ponto a Ómicron consegue escapar da imunidade conferida pelas vacinas ou de infeções anteriores.

"Em resultado, o risco geral relacionado à nova variante de preocupação da Omicron permanece muito alto", segundo a OMS.

No entanto, a variante não parece afetar a eficácia dos testes de PCR para deteção do vírus, o que pode ajudar a monitorizar a sua evolução. Os tratamentos contra casos graves ou críticos de covid-19 "devem continuar a ser eficazes" contra a Ómicron, indica a OMS.

Casos da variante Delta estão a cair e Ómicron já tem transmissão comunitária

A Organização Mundial da Saúde alertou ainda que a percentagem de casos globais da variante Delta do coronavírus está a cair pela primeira vez desde abril, enquanto a Ómicron continua a crescer e já está presente em surtos de transmissão comunitária.

No relatório epidemiológico semanal, a organização destaca que, embora a maioria dos casos da variante Ómicron identificados desde novembro em mais de 70 países estejam relacionados com viagens, já existem fontes de contágio na comunidade.

No documento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que a variante Delta, que em meados do ano já era a dominante no mundo e antes da Ómicron chegou a atingir 99,8% dos casos sequenciados, caiu para 99,2% na última medição realizada pela rede global dos laboratórios GISAID, que colabora com a organização.

Dos 879.000 casos sequenciados em laboratório pela rede nos últimos 60 dias, a grande maioria (872.000) ainda era da variante Delta, mas a Ómicron já representava 3.755 casos (0,4%), quando há uma semana essa percentagem era de 0,1 %, indicando rápida progressão.

As evidências atuais, acrescenta o relatório, parecem indicar que a variante Ómicron tem vantagens evolutivas sobre a Delta quando se trata de transmitir e que o faz mais rápido.

Tal situação foi observada não apenas em países com incidência relativamente baixa de casos Delta, como a África do Sul, o primeiro país onde a nova variante foi detetada, mas também noutros onde a Delta estava em níveis elevados, como o Reino Unido, acrescenta a OMS.

Mais de 5,3 milhões de mortos no mundo

A covid-19 provocou pelo menos 5.311.914 mortes em todo o mundo, entre mais de 269 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.687 pessoas e foram contabilizados 1.200.193 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Uma nova variante, a Ómicron, classificada como "preocupante" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em cerca de 30 países de todos os continentes, incluindo Portugal.

LINKS ÚTEIS

MAPA COM OS CASOS A NÍVEL GLOBAL

Últimas