A Agência Europeia do Medicamento aprovou dois medicamentos contra a covid-19 com base em anticorpos.
Os dois medicamentos aprovados são o Ronapreve (casirivimab/imdevimab) e o Regkirona (regdanvimab), o primeiro da farmacêutica Roche, Suíça, e o segundo da Celltrion Healthcare, da Coreia do Sul.
Para o Ronapreve a EMA recomendou a autorização para o tratamento da covid-19 em adultos e adolescentes (a partir dos 12 anos e com pelo menos 40 quilos), que não necessitem de oxigénio suplementar e que corram um risco acrescido de a sua doença se tornar grave. O medicamento também pode ser utilizado para prevenir a covid-19 em pessoas com mais de 12 anos, diz a EMA na sua página oficial.
Quanto ao Regkirona, a EMA recomendou também autorizar o medicamento para o tratamento de adultos com covid-19 que não necessitem de oxigénio suplementar e que estão igualmente em risco acrescido de a sua doença se tornar grave.
"Ronapreve e Regkirona são os primeiros medicamentos anticorpos monoclonais a receberem um parecer positivo" diz a Agência, explicando que os anticorpos monoclonais "são proteínas concebidas para se anexar a um alvo específico, neste caso a proteína spike da SRA-CoV-2, que o vírus utiliza para entrar em células humanas".
A EMA diz ter avaliado dados de estudos que mostram que o tratamento com os dois medicamentos reduz significativamente as hospitalizações e as mortes em doentes com covid-19.
"Um passo importante no tratamento da covid-19"
O ex-presidente do INFARMED e professor na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, Hélder Mota Filipe, considera a aprovação, pelo regulador europeu, de dois novos medicamentos contra o novo coronavírus um passo importante no combate à pandemia, contudo, relembra a importância da vacinação.
Começa por referir que este é um momento "importante" e um "passo para preencher o tratamento contra a covid-19", sendo um medicamento que se pretende utilizar para diminuir o número de doentes graves e de mortes.
Contudo, Hélder Mota Filipe relembra que a "vacina continua a ser o instrumento principal de combate à pandemia", não sendo esta substituível, nomeadamente, pelo facto de o medicamento não ter 100% de eficácia.
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