A pandemia provocada pelo novo coronavírus vai piorar ainda mais se todos os países não tomarem as precauções básicas sanitárias, avisa a Organização Mundial de Saúde (OMS).
"Permitam-me ser franco, demasiados países estão a ir na direção errada, o vírus (SARS-CoV2) continua a ser o inimigo público número um", sublinhou hoje o diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Em conferência de imprensa a partir da sede da OMS, em Genebra, o responsável reiterou:
"Se as regras básicas [sanitárias] não forem cumpridas (...), a pandemia só vai ficar pior e pior e pior".
Continente americano é "o epicentro" da pandemia
Tedros Ghebreyesus, afirmou que "os atos de muitas pessoas e governos" e "mensagens contraditórias" vindas de chefes de Estado e outros líderes estão a "minar" os esforços para controlar a expansão do novo coronavírus.
Sem se referir a nenhum líder ou país em concreto, Ghebreyesus vincou que dizer uma coisa e praticar outra é uma forma de destruir a confiança dos cidadãos, que é "o ingrediente mais crítico" na resposta, e de beneficiar o vírus, "cujo único objetivo é encontrar pessoas para infetar", apontou.
Tedros Ghebreyesus apontou o continente americano como "o epicentro" da pandemia, com "mais de 50% dos casos" de todo o mundo.
Os governos devem "comunicar com clareza com os cidadãos" e desenhar "estratégias completas para suprimir a transmissão", levando "as populações a seguirem os princípios básicos de saúde pública: distância física, uso de máscaras, etiqueta respiratória".
"Cada governo, líder ou pessoa pode fazer a sua parte", defendeu, reconhecendo que muitos governantes estão a "trabalhar em circunstâncias difíceis" e têm que equilibrar "desafios de saúde, sociais e culturais".
Tedros Ghebreysus declarou que é preciso "chegar a uma situação sustentável com controlo adequado do vírus" sem ser preciso fechar países inteiros ou passar o tempo de um confinamento para outro.
"Nunca é tarde mais para ações decisivas" no combate à pandemia, salientou.
Mais de 569 mil mortos e quase 13 milhões de infetados no mundo
A pandemia do novo coronavírus já causou a morte a pelo menos 569.135 pessoas e infetou mais de 12.927.000 em 196 países e territórios desde o início da epidemia, em dezembro de 2019 na cidade chinesa de Wuhan, segundo um balanço da agência AFP até às 11:00 de Lisboa.
Pelo menos 6.905.200 casos foram considerados curados pelas autoridades de saúde.
Os paíse mais afetados:
- Estados Unidos, com 135.205 mortes e 3.304.942 casos
- Brasil com 72.100 mortes e 1.864.681 casos,
- Reino Unido com 44.819 mortes (289.503 casos),
- México com 35.006 mortes (299.750 casos)
- Itália com 34.954 mortos (243.061 casos).
- China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau) com 83.602 casos e 4.634 mortes
A Europa totalizou 202.658 mortes para 2.840.538 casos, América Latina e Caraíbas 144.765 mortes (3.375.183 casos), Estados Unidos e Canadá 144.023 mortes (3.412.531 casos), a Ásia 43.822 mortes (1.773.059 casos), Médio Oriente 20.481 mortes (919.208 casos), África 13.249 mortes (594.925 casos) e Oceânia 137 mortes (11.556 casos).
- OMS alerta: a pandemia de Covid-19 "vai piorar e piorar e piorar"
- Espanha regista três mortes por Covid-19 desde sexta-feira
- Reino Unido está a combater mais de 100 surtos localizados por semana
Covid-19: Há mais uma vacina a ser testada em humanos
Mais 2 mortes e 306 casos de Covid-19 em Portugal nas últimas 24 horas
A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta segunda-feira a existência de um total de 1.662 mortes e 46.818 casos de Covid-19 em Portugal desde o início da pandemia.
São mais 2 vítimas mortais e mais 306 novos casos de infeção nas últimas 24 horas.
O número de doentes internados subiu para 467, mais 5 do que no domingo. Nos cuidados intensivos estão 63 pessoas, menos 1 do que no dia anterior.
Links úteis
- Especial sobre o novo coronavírus Covid-19
- Covid-19 DGS/Ministério da Saúde - mapa dos números
- Covid-19 DGS - relatórios de situação diários
- Linha SNS24
- Direção-Geral da Saúde (DGS)
- Organização Mundial da Saúde (OMS)
- ECDC - Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças
- London School of Hygiene & Tropical Medicine (gráfico que mostra o progresso dos projetos de vacina)