Os museus, monumentos e palácios vão reabrir a partir de segunda-feira, com “uma geometria flexível e variável” de regras de segurança consoante os espaços, mas há prioridades a seguir, revelou hoje o Governo.
Numa audição na comissão parlamentar de Cultura e Comunicação, a secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira, afirmou que os trabalhadores regressam aos museus, monumentos e palácios em “equipas rotativas e alternadas” e “há trabalhadores que não vão voltar ao trabalho, por serem de risco”.
Na semana passada, fonte da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) tinha revelado à Lusa que estava a ser preparado um manual orientador para a reabertura daqueles equipamentos culturais na segunda-feira, 18 de maio, Dia Internacional dos Museus, ao fim de cerca de dois meses encerrados, por causa da covid-19.
Entre as regras reveladas na altura estava o uso obrigatório de máscara, distância mínima de dois metros, a higienização das mãos e dos espaços.
Todas as regras de segurança e higiene serão ainda aprovadas em Conselho de Ministros, mas questionada hoje pelos deputados, a secretária de Estado da Cultura enumerou mais algumas.
Segundo Ângela Ferreira, será dada prioridade a visitas de grupo, de lotação mais reduzida, e venda de bilhetes “previamente agendadas” com os museus, assim como a pagamentos por multibanco.
O cálculo da tutela é que dentro dos museus, monumentos e palácios esteja “uma pessoa por 20 metros quadrados”, que possa andar em circuitos sinalizados, e que haja uma estimativa prévia de quanto tempo durará a visita.
Os trabalhadores terão 'kits' de proteção individual, como máscaras, que serão entregues “periodicamente a cada equipamento” cultural.
“Todas as questões foram amplamente debatidas com as entidades que nos aconselham e auxiliam”, disse Ângela Ferreira, citando associações, sindicatos e a Direção-Geral da Saúde.
Dos equipamentos sob tutela pública, Ângela Ferreira disse que as grutas permanecerão encerradas.
Na audição parlamentar de hoje da tutela da Cultura, a ministra, Graça Fonseca, questionada pelo PSD, admitiu que a abertura do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática (CNANS) em Xabregas, Lisboa, está novamente atrasada por falta de um equipamento.
“É verdade que houve atrasos sucessivos, estava tudo previsto para abrir em maio e o problema é a aquisição de uma máquina que tem de vir de Espanha e que, em contexto de pandemia, a máquina não pode vir”, disse.
Segundo Graça Fonseca, o centro não pode abrir sem “este equipamento imprescindível para manutenção do espólio”, e não avançou com qualquer data oficial.
Questionada pelo CDS-PP sobre se a tauromaquia estaria incluída no plano de reabertura a partir de 01 de junho ou 30 de setembro, a ministra da Cultura – sem referir diretamente as touradas – respondeu que as regras a definir para os espetáculos ao ar livre ou recintos fechados “aplicam-se a todos os espetáculos de natureza artística. Não há diferenciação de regras”.
O Governo aprovou em 30 de abril, em Conselho de Ministros, o "Plano de Desconfinamento", que previa a reabertura de livrarias, bibliotecas e arquivos a 04 de maio, seguindo-se museus, palácios, galerias e monumentos, em 18 de maio.
Cinemas, teatros, auditórios e salas de espetáculos podem abrir em 01 de junho, "com lugares marcados, lotação reduzida e distanciamento físico".
Estas decisões serão “reavaliadas a cada 15 dias”.
Os “festivais e espetáculos de natureza análoga" estão proibidos até 30 de setembro.
ESPECIAL NOVO CORONAVÍRUS
Mais 12 mortes por Covid-19 em Portugal
Portugal regista esta quarta-feira um total de 1.175 mortes relacionadas com a Covid-19, mais 12 do que na terça-feira, e 28.132 infetados (mais 219), segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção Geral da Saúde (DGS).
Em comparação com os dados de terça-feira, em que se registavam 1.163 mortos, hoje constatou-se um aumento de óbitos de 1%.
Relativamente ao número de casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus - 28.132 - os dados da DGS revelam que há mais 219 casos do que na terça-feira (27.679 ), representando uma subida de 0,8%.
Foi registado um ligeiro aumento do número de casos e vítimas mortais relativamente ao dia anterior. Foram ainda dados como recuperados 3.182 pacientes, um aumento de 169 face a terça-feira.
Mais de 4,2 milhões de infetados e 292 mil mortos em todo mundo
A pandemia do novo coronavírus já matou pelo menos 292 mil pessoas e infetou mais de 4.272.880 em 195 países e territórios desde o início da epidemia, em dezembro de 2019 na cidade chinesa de Wuhan, segundo um balanço da agência AFP, às 11:00 hoje, baseado em dados oficiais.
Entre esses casos, pelo menos 1.462.000 foram considerados curados.
Os Estados Unidos, que registaram a primeira morte ligada à covid-19 no início de fevereiro, são o país mais afetado em termos de número de mortes e casos, com 82.389 óbitos em 1.370.016 casos. Pelo menos 230.287 pessoas foram declaradas curadas.
Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são o Reino Unido com 32.692 mortes para 226.463 casos, Itália com 30.911 mortes (221.216 casos), Espanha com 27.104 mortes (228.691 casos) e França com 26.991 (178.225 casos).
A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia começou no final de dezembro, contabilizou 82.926 casos (sete novos entre terça-feira e hoje), incluindo 4.633 mortes e 78.189 recuperações.
A Europa totalizou 159.737 mortes para 1.793.753 casos, Estados Unidos e Canadá 87.672 mortes (1.441.173 casos), América Latina e Caraíbas 23.091 mortes (402.804 casos), Ásia 11.184 mortes (316.088 casos), Médio Oriente 7.787 mortes (241.232 casos), África 2.403 mortes (69.515 casos) e Oceânia 126 mortes (8.316 casos).