A deputada não inscrita, Joacine Katar Moreira, afirmou que o estado de emergência "não é necessário" para combater a pandemia da Covid-19 e que a declaração veio "reforçar vulnerabilidade social e financeira" no país.
"O estado de emergência veio reforçar a vulnerabilidade social e financeira de milhares de cidadãs e cidadãos", começou por considerar a deputada não inscrita, lamentando o facto deste estado excecional servir de "espécie de alvará para despedimentos" em massa, em "desrespeito absoluto" pela legislação.
Joacine deixou ainda críticas ao "uso abusivo" do 'lay-off' simplificado e às condições de trabalho de muitos trabalhadores informais, "alguns que fazem parte dos trabalhadores hoje considerados essenciais".
"Essenciais mas que afinal auferiam rendimentos miseráveis, essenciais mas que afinal carecem de reconhecimento social, essenciais mas que afinal lutam pela sobrevivência", sublinhou Joacine Katar Moreira.
A deputada não inscrita voltou a insistir numa das propostas já por si apresentada no parlamento, o apoio aos lares de idosos que não possuem alvará, alegando que "o estado não pode ignorar a existência destas entidades e deve igualmente apoiar".
"Falo ainda de cidadãos que estão a ser neste momento alvo de ordem de despejo e ordens que emanam também de situações de informalidade", continuou a deputada, acrescentando que este estado de emergência veio também revelar desigualdades, "nomeadamente a exclusão digital em que estão milhares de estudantes neste exato momento".
Assim, a deputada anunciou o seu voto contra a renovação do estado de emergência - sobre o qual se tinha abstido há quinze dias - por considerar "urgente que haja um esforço enorme de combate às desigualdades, independentemente da atual situação".
"Não é necessário um estado de emergência para nos unirmos nacionalmente e combatermos a Covid-19", concluiu.