Coronavírus

Controlar os cidadãos em nome da saúde  

Na China, o controlo dos movimentos dos cidadãos teve uma importante componente tecnológica, nos próprios telemóveis.  

Lourenço Medeiros

Luís Nobre Botas

Miguel Pinheiro

Vários países tentam replicar a solução, mas não é fácil compatibilizar a eficiência e as liberdades individuais.

Na China, depois do controlado regresso progressivo à vida, depois da grande crise da covid-19 é fácil entrar em restaurantes onde nem sequer se respeita muito o distanciamento social e, no entanto, há aqui uma sensação de segurança.

Todos cumpriram os rituais de desinfetar as mãos ao entrar, mas todos sabem que o vizinho tem um código verde no telemóvel. É na prática a mesma tecnologia que foi usada para reprimir minorias muçulmanas uigures, é possível saber quem se encontra com um opositor conhecido por exemplo, quem almoça com ele.

Se adaptarmos a vigilância não a opositores, mas a casos suspeitos de possível contágio, tudo muda, torna-se aceitável, e talvez pode mesmo ter tido um contributo importante para combater a epidemia.

Últimas