A Organização Mundial de Saúde (OMS) opôs-se esta quinta-feira à restrição de viagens, apesar de o surto do novo coronavírus na China ser uma emergência de saúde pública internacional.
"A OMS não recomenda a restrição de viagens, as trocas comerciais e os movimentos [de pessoas] e opõe-se mesmo a todas as restrições de viagens", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa, na sede da organização, em Genebra, Suíça.
Justificando a declaração de emergência de saúde pública internacional, hoje decidida pela organização, o diretor-geral da OMS disse que a "grande preocupação é a possibilidade de o vírus se propagar a países onde os sistemas de saúde são mais frágeis".
"Não se trata de um voto de desconfiança em relação à China", frisou Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado pela agência noticiosa AFP.
Várias companhias aéreas decidiram suspender ou reduzir os seus voos para a China continental face à propagação do novo coronavírus (família de vírus que pode causar pneumonia viral).
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A Rússia anunciou hoje a intenção de fechar 4.250 quilómetros de fronteira com a China e o Cazaquistão ordenou o encerramento das ligações em autocarro, avião e comboio com o mesmo país vizinho. O surto do coronavírus na China infetou no país 7.736 pessoas e matou 170, de acordo com o mais recente balanço, hoje divulgado pela OMS.
Outros 82 casos de infeção foram reportados por 18 países da Ásia, Europa, Médio Oriente, América do Norte e Oceânia, sete dos quais assintomáticos.O surto foi detetado em dezembro na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, no centro da China. Esta é a sexta vez que a OMS declara emergência de saúde pública internacional.