A Torre Eiffel em Paris iluminou-se esta segunda-feira com frases de apoio às mulheres iranianas. Foram projetadas mensagem como "Parar as execuções no Irão" e as palavras "Mulheres", "Vida" e "Liberdade".
Esta demonstração de apoio acontece quatro meses após a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia policial. Desde então, têm sido milhares as manifestações em todo o mundo pela luta dos direitos das mulheres iranianas.
A Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (HRANA), uma organização de defesa dos direitos humanos, elevou para 522 o número de mortos no Irão nas manifestações desencadeadas pela morte de Mahsa Amini.
A HRANA estima que entre os mortos existam 70 menores e 68 agentes da polícia, bem como chefes das forças de segurança iranianas. De acordo com a HRANA, estarão detidas cerca de 20.000 pessoas, incluindo 110 que correm o risco de sentenças de morte sob a lei islâmica.
Só entre 8 de dezembro de 2022 e 7 de janeiro deste ano, quatro jovens foram executados devido à alegada participação nas manifestações e/ou por supostas agressões contra membros da autoridade. Mas são muitos mais os que estão na lista de espera para o corredor da morte.
A Amnistia Internacional assegura ainda que há várias pessoas, sobretudo homens, com paradeiro desconhecido e que se suspeita que façam parte da mesma lista.
Os protestos dos últimos meses, fortemente reprimidos pelas autoridades, evoluíram e os manifestantes reivindicam agora o fim do regime teocrático designado como "República Islâmica", fundado em 1979 pelo 'ayatollah' Ruhollah Khomeini, autoridade religiosa xiita iraniana e líder espiritual e político da revolução que nesse ano depôs o xá do Irão, Mohammad Reza Pahlavi.
Teerão tem acusado os Estados Unidos, Israel, Reino Unido, França e Alemanha de estarem por trás dos protestos. Segundo a Amnistia Internacional, o Irão é um dos países que mais executa pessoas.