Um mapa interativo da agência Reuters, explicado por Manuel Poêjo Torres, comentador da SIC, mostra a localização do rio Litani e da linha azul, que estabelece as fronteiras entre Israel e o Líbano. Há anos que Telavive exige que o Hezbollah seja afastado destas áreas, tal como ficou definido numa resolução do Conselho de Segurança da ONU, que marcou o fim da guerra entre Israel e o Líbano, em 2006.
Antes de abordar o mapa acima referido, o comentador começa por sublinhar que o novo secretário-geral da NATO, Mark Rutte, que tomou posse esta terça-feira, “vai ter uma missão muito difícil” por causa do “estado do mundo” e da “forma como a geopolítica se está a mover”.
Manuel Poêjo Torres refere que o responsável pela Aliança militar terá pela frente “duas funções”:
“Uma de transformação da Aliança para continuar a capacitar as nações das capacidades necessárias e para combater as ameaças do futuro (...) E a outra de capacitação dessas mesmas nações para travar as ameaças, dissuadindo os seus adversários de uma incursão dentro do espaço da NATO.”
O que é a linha azul?
Mas, afinal, que é a linha azul de que tanto se tem falado? O comentador explica que essa linha demarca a fronteira entre Israel e o Líbano.
Foi traçada de forma a garantir que as forças israelitas recuassem para Sul, em 1978.
“O objetivo era que esta linha fosse temporária, que não marcasse uma fronteira (...) A verdade é que se tornou fronteira passados alguns anos”, acrescenta.
Em 2006, foi acordado que a zona situada entre o rio Litani e a linha azul seria uma área desmilitarizada, onde só poderiam estar forças das Nações Unidas, os chamados “capacetes azuis”, assim como o exército libanês.
Segundo Manuel Poêjo Torres, França sempre foi o Estado que mais contribuiu com forças nacionais para as Nações Unidos, no entanto nota que “há pouco anos foi substituída pela China”.
“É lamentável que, de facto, em sede desta missão, a UNIFIL - Força Interina das Nações Unidas no Líbano - não tenha conseguido desmilitarizar a zona porque permitiu que o Hezbollah se localiza-se na zona toda a Leste e que, daí, construísse os seus túneis, os seus paióis, os seus ‘bunkers’, para poder lançar ataques sobre o Norte de Israel”, afirma.
Diz ainda que a vizinha Síria faz parte de “um dos corredores de reabastecimento logístico e de recursos por parte do Irão”.
É por corredores como este, prossegue o comentador, que, através do Irão, do Iraque e da Síria, “chegam mantimentos para reforçar a posição do Hezbollah”.
“Daí ser tão importante para Israel conseguir destruir e desestabilizar estes canais de abastecimento”, nota.