Na terça-feira, uma explosão de 'pagers' usados por centenas de membros do Hezbollah explodiram quase simultaneamente no Líbano e na Síria. Pelo menos 12 pessoas morreram e milhares ficaram feridas, incluindo membros do grupo xiita libanês Hezbollah. Esta quarta-feira, 14 pessoas morreram e centenas ficaram feridas como resultado de explosões de 'walkie-talkies', novamente no Líbano.
Estes 'walkie-talkies' eram utilizados pelo Hezbollah e as explosões ocorreram em várias regiões do país. Há também registo de explosões de painéis solares em casas de várias zonas de Beirute.
O correspondente da SIC no Médio Oriente, Henrique Cymerman, fala no "maior ataque cibernético da história". Um ataque que terá sido preparado por Israel durante meses.
Na terça-feira à tarde, o chefe do Mossad - serviços secretos de Israel - reuniu-se com Benjamin Netanyahu para lhe informar que três ativistas do Hezbollah suspeitavam dos pagersarmadilhados que Israel tinha preparado. Os explosivos terão sido colocados estrategicamente dentro das baterias dos pagers. Perante as desconfianças que começaram a surgir, o primeiro-ministro de Israel ordenou adiantar a operação.
Durante quase uma hora, milhares de pagers explodiram ferindo milhares de líderes e ativistas do Hezbollah, incluindo o embaixador do Irão em Beirute que perdeu um olho e ficou ferido no outro.
Cinco mil pagers tinham sido vendidos ao Hezbollah por uma companhia de Taiwan há cerca de cinco meses. Os equipamentos - que tinham como objetivo evitar que os membros do grupo xiita fossem localizados - terão sido comprados à empresa 'Golden Apollo' que, por sua vez, compraram à empresa 'BAC' que terá desaparecido.
Segundo o correspondente da SIC, o objetivo de Israel será mostrar ao Hezbollah, a capacidade de infiltração israelita dentro do grupo xiita.
Perante esta nova escalada de tensão surge uma nova questão: Será esta uma nova declaração de guerra de Israel ao Hezbollah?
[Última atualização às 19:40]
Com Lusa