Clara Ferreira Alves, comentadora da SIC, reflete sobre as últimas notícias do conflito entre Israel e o Hamas. Ferreira Alves aponta uma grande falha de segurança em Israel, motivada pela instabilidade política, mas que a sua resposta ao grupo terrorista será “brutal”.
Existe um conflito complexo, com mais de 70 anos, com um confronto constante e com mais de 100 pessoas reféns - apesar do Hamas referir que estão a ser bem tratados. Haverá confiança quando está tanto em jogo entre ambas as partes?
Para Clara Ferreira Alves, o Hamas não é de confiar.
“O porta voz veio dizer que, se os bombardeamentos continuarem em Gaza, que começam a matar os reféns um a um, mas já foi dito pela rádio de Israel que os bombardeamentos vão continuar mesmo que os reféns fiquem feridos. O preço que estes reféns podem vir a pagar é muito elevado. Todas as novidades que temos são trágicas e são más, isto ainda mal começou”, explica a comentadora.
Da mesma forma, Clara Ferreira Alves acredita que a punição coletiva em Gaza vai continuar e que o conflito é demasiado complexo para ser tratado com acordos. No entanto, é preciso olhar para o plano geral e o facto de a maior parte das pessoas afetadas serem seres indefesos.
"Nem toda a população de Gaza é do Hamas, temos dois milhões de pessoas em Gaza e mais de um milhão são crianças, portanto temos uma punição de todo um povo que está encurralado com bombardeamentos e cercos", refere.
Para além disso, o que piora a situação, não existem corredores humanitários estabelecidos.
Para a comentadora da SIC, o que é mais surpreendente é a quebra de segurança “impensável” que deixou esta ofensiva terrorista acontecer num conflito que, em si, já tem muitos momentos de tensão.
“Israel tem uma relações complexas com o Hamas, porque houve momentos de cessar-fogo, de alvo, a atenção tem estado concentrada na Jihad, em cidades da Cisjordânia, por isso, a máquina complexa de espionagem, os olhos e ouvidos de Israel falharam”, explica.
Para Clara Ferreira Alves, a instabilidade política não ajudou a que o Governo israelita se focasse nas ameaças. No entanto, o mal está feito e, agora, só resta uma solução a Israel.
"Israel nunca vai negociar com o Hamas, quer destruir o Hamas, é eliminar o Hamas. Este tipo de guerras são muito longas e difíceis de travar", comenta.
A resposta de Israel vai ser "brutal", segundo Clara Ferreira Alves.
O mais recente episódio deste confronto entre os dois países registou-se neste sábado, com a ofensiva surpresa lançada pelo Hamas contra Israel, que respondeu com bombardeamentos aéreos, provocando centenas de mortos e feridos em ambas as partes em conflito.