Combustíveis

Motoristas de matérias perigosas admitem "suspensão temporária da greve"

Tiago Petinga

O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) admitiu esta quinta-feira suspender a greve a partir do início de uma reunião "a ser convocada pelo Governo", até domingo, data de um plenário dos trabalhadores.

"Porque queremos deixar claro ao país e às partes que sempre estivemos de boa-fé neste processo, anunciamos, desde já, a suspensão temporária da greve a partir da hora de início da reunião a ser convocada pelo Governo, suspensão essa que produzirá os seus efeitos até ao Plenário Nacional de Motoristas de Cargas Perigosas, marcado para o próximo domingo, momento em que os motoristas irão decidir pelo seu futuro"

Caso avance, a suspensão da greve será temporária, anunciou o sindicato num comunicado.

"É a vez da Antram dar um passo atrás, há muitos anos que anda a fugir do inevitável"

Os grevistas mostram ainda incerteza pelo fim da greve e pela negociação com a Antram. "A verdade é que ainda não há garantias", disse um dos muitos motoristas reunidos em Aveiras, que defendeu também que é a vez da Antram "dar um passo atrás".

"A greve não é desconvocada. Será, no minimo, suspensa"

António Medeiros, tesoureiro do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), esclareceu que o objetivo é suspender a greve e não desconvocá-la.

O sindicato explica que "considera que face à nomeação, hoje, de um Mediador da DGERT [Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho] para dar início às negociações com a Antram [Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias] , entendeu que estão criadas as condições necessárias para todas as partes se sentarem à mesa".

Os motoristas têm estado em greve desde segunda-feira (12 de agosto), uma paralisação que começou por ser convocada por dois sindicatos, o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), mas o SIMM desconvocou o protesto na quinta-feira à noite.

O Governo começou por anunciar, na quinta-feira, que iria nomear um mediador para tentar terminar o conflito, mas, horas depois, disse que o processo de mediação não era viável, uma vez que a Antram disse que só negociava se a greve fosse desconvocada.

Agora, segundo o SNMMP foi hoje nomeado um mediador da DGERT para dar início às negociações com a Antram.

A greve fora convocada com o objetivo de reivindicar junto da Antram o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.

Na segunda-feira, ao final do primeiro dia de greve, o Governo decretou uma requisição civil, parcial e gradual, alegando incumprimento dos serviços mínimos.

"O Governo fez o que tinha a fazer, que era pôr a Antram a aceitar entrar na negociação"

É a opinião de José Gomes Ferreira sobre a nova posição dos motoristas de matérias perigosas.

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