Cerca de 400 mil pessoas terão sido vítimas de abusos sexuais de elementos da Igreja Católica em Espanha, desde 1970. Dessas, cerca de 200 mil eram menores.
O relatório apresentado, esta sexta-feira no Congresso pelo Defensor do Povo, provedor dos cidadãos nomeado pelo Parlamento, Ángel Gabilondo, estima que 1,13% da população adulta atual em Espanha sofreu abusos num contexto religioso.
O El País especificou que há 440 mil vítimas, o que faz de Espanha "o país que mais vítimas estima ter no mundo".
11,7% dos inquiridos foram vítimas de abuso exual na infância ou na adolescência, sobretudo mulheres, indica o "Relatório sobre os abusos sexuais no âmbito da Igreja Católica e o papel dos poderes públicos. Uma resposta necessária".
A investigação foi realizada durante 18 meses. O relatório, que foi entregue ao Congresso, apoia-se numa sondagem da empresa GAD3 e em testemunhos de 487 vítimas entrevistadas durante a investigação.
Na apresentação do documento, Ángel Gabilondo destaca o "impacto devastador" dos abusos sexuais. Os peridos conheceram o "sentimento de solidão experimentado por muitas vítimas quando deram o passo de denunciar", sublinhou o respondável.
O provedor espanhol propôs a criação de um fundo estatal para indemnizações às vítimas. Na ocasião, denuncia também o silêncio dos que poderiam ter feito mais para prevenir a pedofilia na Igreja.
A Conferência Episcopal espanhola convocou uma assembleia para a próxima segunda-feira para avaliar o relatório.