Dois meses depois do relatório que abalou a igreja, é criado um grupo para acompanhar as vítimas e agressores. Isso quer dizer que para trás ficam os avanços e recuos da instituição que, numa primeira fase, recusou afastar sacerdotes que constavam na lista de abusadores.
"Penso que na primeira fase da comissão de estudo, ficou clara a nossa determinação de não fechar os olhos perante esta realidade. Este grupo vai dotar-nos de uma competência e capacidade operacional que faz falta neste campo e que nós queremos que seja a nossa colaboração para resolver este problema que não é só da igreja, mas de toda a sociedade", disse D. José Ornelas.
O grupo Vita, como se chama, significa vida e é liderado pela psicóloga Rute Agulhas e conta com mais de cinco especialistas na área de crimes sexuais e da inserção social.
"Os grandes objetivos deste grupo são proteger, prevenir recidivas e prevenir as situações abusivas. Pretendemos aqui acolher suspeitas e relatos de crianças ou adultos, atuais ou antigos cometidos por membros da igreja católica e encaminhar para as entidades competentes, judiciais ou canónicas", explicou a psicóloga.
Os especialistas rejeitam a proposta feita pela comissão anterior de dar prioridade às vítimas de abusos na igreja no serviço nacional de saúde.
Esta nova comissão vai trabalhar em conjunto com as comissões diocesanas a partir de dia 22 de maio e vai receber as denúncias através de telemóvel email.