Afinal, o Padre António Júlio Santos, condenado há oito anos por abuso sexual, decidiu afastar-se da diocese de Santarém por decisão própria, não tendo sido afastado pela Igreja como avançava a impresa regional.
No primeiro domingo depois da reportagem da SIC ter sido emitida, não foi o padre António Júlio Santos a presidir às celebrações nas paróquias. A decisão partiu do próprio, garante o amigo e antigo padre João Ribeiro.
“No domingo o padre não apareceu porque ele próprio considerou mais prudente depois da inquietação que houve, não se sentiu confortável nem com condições para estar”, revelou à SIC João Ribeiro.
Foi substituído este domingo, mas apenas temporariamente. João Ribeiro, membro da comissão diocesana de proteção de menores, apesar de encontrar falhas na comunicação entre a Igreja e a comunidade, afasta a ideia de qualquer ocultação neste caso.
“Se uma pessoa vem pôr uma criança na catequese, não vamos dizer ‘olhe que o padre tem isto no cadastro’ (...) tem a ver com o processo de reintegração, temos que avaliar como pode ser feito”, afirma.
António Júlio é um dos exemplos de um padre que, apesar de condenado, teve a oportunidade de continuar a exercer, num processo de reintegração sem regras concretas escritas.
“Foi feita a reintegração possível com os processos que havia na altura. À luz do que era normal, esta reintegração foi feita da maneira que se sabia ser melhor”, diz João Ribeiro.
Para já, o afastamento do Padre António Júlio foi apenas para o último domingo e é temporário. Uma decisão sobre um afastamento permanente caberá agora ao Bispo de Santarém, que durante a tarde desta terça-feira reuniu com o padre.