O bispo da Guarda admite afastar o padre de Figueira de Castelo Rodrigo, suspeito de abuso de um menor no Fundão, mas apenas quando houver uma acusação formal da justiça.
O bispo da Guarda recebeu a SIC no Paço Episcopal, mas não quis gravar qualquer entrevista.
D. Manuel Felício não tenciona suspender o padre suspeito de abusos sexuais de um menor, enquanto não houver uma acusação formal. Só assim admite afastá-lo da paróquia de Figueira de Castelo Rodrigo.
Tanto ele como o padre Vítor Lourenço já prestaram declarações ao Ministério Público em processo, que está sob reserva do magistrado e de uma única funcionária do tribunal.
À SIC, o bispo da Guarda mostrou o envelope que recebeu esta semana da Comissão Independente para os Estudos dos Abusos Sexuais na Igreja Católica. Na carta estavam dois nomes, de um sacerdote de Tourais, Seia, que já morreu em 1980 e do padre de Figueira de Castelo Rodrigo, ainda em funções, num concelho que o conhece desde criança.
Na missa de domingo passado em Várzea de Meruge, Seia, D. Manuel Felício também deixou a imprensa a falar sozinha, mas dentro das portas mencionou os abusos sexuais na Igreja.
Na ida ao Paço Episcopal partilhou com a SIC o texto que leu aos fiéis. Três páginas de onde sobressai a ideia de que vai assumir com as vítimas os compromissos da conferência episcopal.
"Para isso, há o compromisso de identificar bem e erradicar todas as formas de abuso que existem; acompanhar e ajudar todos os que sofrem os seus efeitos; garantir-lhes meios necessários de terapia clínica, bem como humana e espiritual; tratar cada caso na sua especificidade, para que a verdade seja devidamente apurada e se possa fazer justiça".