Abusos na Igreja Católica

Abusos na Igreja: Peritos querem aumento do período de prescrição do crime de abuso sexual

Atualmente, a lei só permite a denúncia até a vítima ter 23 anos. No entanto, a proposta da Comissão Independente passa por alargar até aos 30 anos, para que possam "enfrentar um processo destes" com estabilidade.

SIC Notícias

Uma das propostas do relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal passa pelo alargamento do período de prescrição do crime, algo que está a ser bem recebido.

Os peritos sugerem alargar o período de prescrição do crime até que a vítima atinja os 30 anos.

Atualmente, uma criança ou adolescente que tenha sofrido um abuso sexual pode apresentar queixa até fazer 23 anos, independentemente de já ter decorrido o prazo de prescrição do crime.

Os peritos que estudaram os abusos sexuais na igreja sugerem que as vitimas tenham ainda mais tolerância no prazo para fazer a denúncia.

Assim ganham tempo para discernir, compreender e refletir sobre o que passaram.

“Faz sentido, porque há muitos condicionalismos nesta fase da vida das pessoas até aos 23 anos que as impedem de tomar essa decisão... ainda estão a acabar a faculdade, à procura do primeiro emprego, muitas vezes a casar e, por isso, é que acho que faz sentido que seja permitido que a pessoa ganhe estabilidade para poder enfrentar um processo destes”, explica o advogado Pedro Macieirinha.

Mas esta alteração da lei, caso avance, só será aplicada a crimes cometidos daí para à frente.

Isto significa que todas as vitimas da Igreja que tenham entre 23 e 30 anos continuarão impedidos de apresentar queixa e denunciar o padre que as abusou sexualmente.

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