No início deste ano, 2.098 habitações em Portugal foram compradas por cidadãos estrangeiros, cerca de 5,1% do número total de transações, o valor mais baixo desde o segundo trimestre de 2021, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE). Apesar da queda, explicada pelo fim dos vistos gold para aquisição de imóveis e pela mudança no regime para residentes não habituais, a procura de casas no país continua a ser expressiva em várias regiões.
Um estudo do Idealista, que analisou os anúncios de casas à venda publicados na plataforma, mostra que os estrangeiros representaram mais de 30% da procura nas ilhas da Madeira e dos Açores, bem como em dois distritos do continente, ao longo do segundo trimestre de 2025.
O arquipélago da Madeira lidera a lista, com 42%, seguido de Faro (36%), ilha de São Miguel (34%) e Viana do Castelo (30%). Distritos como Bragança (29%), Vila Real (29%), Guarda (26%) e Castelo Branco (25%) também se destacaram aos olhos dos estrangeiros.
"Já Lisboa, Évora, Setúbal e o Porto aparecem no fim da lista, com as visitas internacionais às casas para comprar a representar menos de 15% do total da procura em cada distrito", indica o estudo do Idealista, apontando que nessas regiões "a procura de habitação é realizada, sobretudo, desde Portugal".
De onde vêm?
Os países europeus dominam a procura por habitação para comprar em Portugal. É o caso de França, Reino Unido, Alemanha, Suíça e Espanha. Mas também os Estados Unidos surgem no top-3 em várias zonas do país.
França tem o maior peso nas visitas internacionais em oito distritos: Viana do Castelo, Bragança, Vila Real, Guarda, Leiria, Braga, Aveiro e Porto. Já o Reino Unido lidera em seis territórios: Faro, Castelo Branco, Beja, Santarém, Setúbal e Évora.
“Portugal é o melhor lugar para fugir dos EUA”
Um destino “incrivelmente desejado” pelos norte-americanos. É assim que o The Guardian fala sobre Portugal, num artigo de opinião publicado na passada terça-feira. “É o melhor lugar para fugir dos EUA”.
Para o jornal, há vários aspectos que colocam Portugal num patamar superior aos Estados Unidos, como a segurança e o custo de vida.
“Portugal ocupa o sétimo lugar no Índice Global de Paz 2024, enquanto os EUA ficam em 128.º lugar (entre o Quénia e o Equador). Portugal tem saúde pública universal e acessível, baixo custo de vida, leis antidiscriminação robustas e liberdade de circulação dentro da UE. E no ano passado houve 89 homicídios em todo o país, em comparação com 16 935 nos EUA.”