O caminho não tem sido fácil e por vezes ficou marcado por riscos e imprevistos. Depois de meses com os juros em níveis históricos Banco Central Europeu (BCE) decidiu tirar, em junho, o pé do acelerador.
Em setembro voltou a cortar as taxas e agora com a inflação abaixo das expetativas, a nova descida prevista para dezembro poderá acontecer já este mês.
A pandemia e as guerras da Ucrânia e do Médio Oriente fizeram disparar a taxa inflação. Em janeiro de 2021, a inflação estava abaixo da meta do Banco Central Europeu (BCE). Foi subindo até alcançar o pico de 10,6% em outubro de 2022. A partir daí começou trajetória descendente até estabilizar no final do ano passado. Em setembro deste ano voltou a estar abaixo da meta do BCE.
A próxima reunião é a 17 de outubro e se há algo que tem marcado o mandato de Christine Lagarde é a cautela tantas vezes espelhada na ideia de que as decisões são tomadas reunião a reunião.
O recente escalar da guerra do Médio Oriente com a entrada do Irão é uma nova carta a ter conta na hora de decidir. Ainda que o preço do petróleo esteja a subir os especialistas defendem que o BCE irá confirmar um novo recuo nas taxas pelos sinais positivos da economia europeia e porque uma taxa de inflação abaixo dos 2% pode ser perigoso.
As decisões do Banco Central Europeu influenciam diretamente as taxas Euribor que servem de referência para a grande maioria dos créditos à habitação em Portugal. Os consumidores já têm vindo a sentir algum alívio nas prestações a pagar.
Na ultima atualização feita na sexta feira, as Euribor a 3, 6 e 12 meses desceram comparando a média de setembro e outubro. São boas notícias para as famílias portuguesas caso o cenário geopolítico não volte a agravar.
Depois da reunião de outubro, o Banco Central Europeu volta a reunir em dezembro, a última hipótese para baixar os juros ainda este ano.