Economia

Há novas regras nos certificados de aforro: limite de investimento duplica

O Governo aprovou novas regras nos certificados de aforro, instrumento de poupança utilizado por milhares de pessoas. A taxa de juro mantém-se, mas poderá investir mais dinheiro e há também alterações na relação com os herdeiros.

Catarina Coutinho

Gonçalo Soares

As novas regras dos certificados de aforro foram aprovadas, esta semana, em Conselho de Ministros. Entram em vigor 30 dias depois de a lei ser publicada.

Quanto aos juros, não há mexidas. Os certificados de aforro continuam a render no máximo 2,5% - mais os prémios de permanência. Pode ser menos, se a Euribor a 3 meses baixar dos 2,5%.

Os certificados não vão render mais, mas vai passar a poder ter mais dinheiro aplicado. O limite máximo de subscrição da série F, a que está a ser comercializada atualmente, passa de 50 para 100 mil euros.

Para quem já tinha certificados da série anterior, no conjunto passa a poder ter 350 mil euros aplicados, em vez de 250 mil.

Lei mais clara para herdeiros

O Governo quis também mudar as regras quanto aos herdeiros. As dúvidas quanto ao prazo para prescrição já levaram a vários processos judiciais.

Atualmente o prazo é de 10 anos, mas a lei não especifica a partir de quando começam a contar - se da morte do titular, ou se do momento em que o herdeiro tem conhecimento do certificado.

A nova lei é mais clara: o prazo passa para 20 anos, a contar a partir da morte do titular.

O Executivo deu indicações ao IGCP, a entidade que gere os Certificados, para desistir dos casos pendentes em tribunal. Esses serão analisados à luz da nova lei.

Há mais uma mudança

Os herdeiros também vão passar a ser avisados de que a pessoa que faleceu tinha certificados de aforro.

Haverá uma melhor articulação entre o Instituto dos Registos e Notariado, o IGCP e as Finanças, para que quando for feita a habilitação de herdeiros, o certificado surja associado ao número de contribuinte da pessoa que faleceu.

No ano passado, os certificados de aforro que não foram reclamados por herdeiros renderam ao Estado quase 3 milhões de euros.

O Governo quer ainda que todos os certificados de aforro passem a ser resgatados por transferência bancária. Haverá um período de transição de 5 anos.

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