Economia

Exportações de vinhos portugueses sobem 8,5% em volume e 1,25% em valor

Desde o início do ano até junho, foram exportados 171,5 milhões de litros. As exportações valeram 452,4 milhões de euros.

Alexander Spatari/Getty Images

Lusa

As exportações de vinhos cresceram 8,58% em volume e 1,25% em valor, no primeiro semestre face ao mesmo período de 2023, segundo a ViniPortugal, que lamenta a diminuição do preço por litro e atribui ao excesso de 'stock'.

No primeiro semestre de 2024, foram exportados 171,5 milhões de litros no valor de 452,4 milhões de euros, sendo o preço médio de 2,64 euros por litro. Em comunicado, a ViniPortugal afirmou que, "apesar do aumento expressivo em volume, o mesmo não foi acompanhado por um crescimento proporcional no que toca ao valor", resultando numa diminuição homóloga do valor do preço médio em 6,52%. Segundo a associação, tal "reflete a pressão dos 'stocks' que se faz sentir no setor vitivinícola global".

Citado no comunicado, o presidente da ViniPortugal, Frederico Falcão, considerou importante o aumento das exportações em volume, desde logo porque acontece "numa altura em que o setor vitivinícola se depara com um excesso de 'stock' nas adegas" e porque significa que os vinhos portugueses são procurados nos mercados internacionais, demonstrando "competitividade, resiliência e qualidade".

Contudo, afirmou, o setor continua "a ter um desafio no que toca ao preço médio, que se reduziu em vez de aumentar".

França, EUA e Brasil são principais mercados

Quanto aos mercados de exportação, em valor os principais são França (53,4 milhões de euros), Estados Unidos da América (50,1 milhões de euros) e Brasil (38,9 milhões de euros).

Por volume, França mantém a posição de liderança (17,5 milhões de litros), seguida de Espanha (16,4 milhões de litros) e Angola (15,3 milhões de litros).

Para combater o excedente de vinho nas adegas, a ViniPortugal defendeu medidas, como já anunciadas a nível europeu, para destilar algum do vinho em excesso, cujo álcool será usado em outros fins.

Em 2023 houve uma redução de consumo de vinho em termos nacionais e mundiais. Em Portugal, a vindima também foi maior do que o normal em 2023 e o mesmo a ViniPortugal prevê para este ano, devido à reestruturação da vinha que a tornou mais produtiva.

Os apoios

Na semana passada, o ministro da Agricultura disse que os 15 milhões de euros de verbas comunitárias atribuídos a Portugal para a destilação de crise são "um paliativo" para ajudar a resolver o problema dos elevados 'stocks' de vinho.

José Manuel Fernandes considerou que foi por falta de "proatividade" que se chegou até "um ponto [em que] não há onde meter o vinho", sendo necessária uma nova destilação de crise.

Ao apoio de 15 milhões de euros da Comissão Europeia destinado à destilação de crise em Portugal, cuja portaria do Governo foi publicada na semana passada em Diário da República, o ministro disse que há que adicionar para a Região Demarcada do Douro 3,5 milhões de euros provenientes de saldos de gerência do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).

Também na semana passada, o governante disse que não quer "andar a pôr as regiões umas contra as outras" devido ao preço por litro da destilação do vinho", mas que a produção de vinho é diferente entre regiões, em resposta a críticas sobre o preço aplicado à destilação do vinho.

A ViniPortugal agrupa associações e organizações do setor do vinho e tem como missão a promoção dos vinhos portugueses.

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