Os contratos de trabalho precários registaram uma subida recorde em Portugal. A restauração, o alojamento e a construção civil são os setores mais afetados.
Os dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e relativos ao segundo trimestre de 2023 mostram que quase 18% dos trabalhadores por conta de outrem, em Portugal, tinham um contrato precário. Há um ano eram 16%.
Dos 110 mil empregos criados num ano, os contratos a termo e as relações laborais instáveis representaram quase 80%. Isto acontece, sobretudo, nos setores da restauração, alojamento, indústria e construção civil, números que ajudam na subida da população empregada.
Dos cerca de cinco milhões de trabalhadores no país, um milhão e 600 mil tem um curso superior.
Mas se há um aumento de emprego em todos os níveis de escolaridade, isso não acontece nos licenciados. Portugal perdeu 128 mil trabalhadores com curso superior em apenas um ano. Quem estuda mais tempo está, segundo os dados do INE, a deixar o mercado de trabalho em Portugal.
Se há um ano representavam 36% da população empregada, agora são menos de 33%.
Uma perda dos trabalhadores qualificados que está a ser compensada pelos trabalhadores não qualificados, um aumento de mais de 53 mil em um ano.
Há também mais pessoas com empregos a tempo parcial ou com mais do que um emprego.