Para este mês, estão previstas várias paralisações, sobretudo no setor dos transportes. Na antena da SIC Notícias, o economista Luís Aguiar-Conraria falou sobre o impacto que estas greves podem ter na economia e sobre as possíveis soluções, visto que, sublinhou, “a inflação veio para ficar”.
Na CP - Comboios de Portugal, a paralisação ao tempo extraordinário vai durar até ao fim do mês, sendo esperadas perturbações sobretudo nos comboios urbanos e suburbanos. Esta sexta-feira, foram suprimidos 114 ligações de 712 previstas. Mas também na Carris, há uma greve parcial prevista para toda a semana.
Na Justiça, os funcionários judiciais, em luta desde fevereiro, só devem retomar o normal funcionamento a meio deste mês. Por causa da greve, já foram adiadas mais de 20 mil diligências.
Recordar também que, na última quarta e quinta-feira, a paralisação dos administrativos do SEF levou ao encerramento de vários postos de atendimento por todo o país.
Também na Saúde e Educação, há greves agendadas.
Na antena da SIC Notícias, o economista Luís Aguiar-Conraria foi questionado sobre pode a economia resistir a esta contestação social.
Reconhecendo que estas paralisações “trazem dificuldades e prejudicam o funcionamento da economia (…), a verdade é que há uma causa para este descontentamento: a perda do poder de compra de muitos trabalhadores devido à inflação".
“Enquanto nós acreditávamos - eu nunca acreditei - que a inflação era temporária, enquanto se passava a mensagem de que a inflação era temporária, as medidas avulsas faziam sentido (…), a partir do momento em que é estrutural e que veio para ficar, não podemos estar a tomar medidas de seis em seis meses. A forma de mitigar os efeitos da inflação é os rendimentos aumentarem de acordo com a inflação, tendo perfeita consciência que isso vai implicar que a descida da inflação vai demorar ainda mais tempo”, explicou.