Economia

Juros: se subida fosse mais branda, dava ideia de BCE "em pânico"

Banco Central Europeu voltou a subir os juros em meio ponto percentual. José Gomes Ferreira analisou essa subida, na SIC Notícias.

José Gomes Ferreira

SIC Notícias

José Gomes Ferreira, da SIC, concorda com a subida das taxas de juro de referência anunciada, defendendo que, se fosse mais branda, os alarmes iam soar.

Questionado sobre a subida mais branda, o jornalista da SIC responde:

"Não deveria acontecer porque dava a ideia de que o BCE estava desesperado com a situação e tinha logo reagido a alguma fragilidade alguns bancos que seria interpretado como 'O BCE está em pânico, está desorientado e já mudou a sua política de taxas de juro'".

Na Edição do Meio-Dia, diz "não se admira" que o ritmo abrande. Destaca ainda os "constrangimentos" nos mercados financeiros e na economia global.

"Não nos podemos esquecer dos problemas graves das economias, sobretudo da Europa, dos EUA e do Japão. Economias envelhecidas, com democracia envelhecida, com produtividade a cair, que têm resolvido os problemas do ponto de vista política, apelando aos bancos centrais para emitirem dinheiro".

BCE anuncia nova subida da taxa de juro

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou uma subida da taxa de juro de referência em 50 pontos base, passando assim dos atuais 3% para 3,5%.

“O Conselho do BCE decidiu aumentar as três taxas de juro diretoras do BCE em 50 pontos base”, lê-se no comunicado divulgado esta quinta-feira. Assim sendo, “a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito serão aumentadas para, respetivamente, 3,50%, 3,75% e 3,00%, com efeitos a partir de 22 de março de 2023”.

Esta uma decisão esperada, apesar de no início da semana alguns observadores terem admitido que devido à turbulência bancária, com a falência nos Estados Unidos do Silicon Valley Bank (SVB) e as suas repercussões, bem como devido à situação de incerteza criada pela crise no Credit Suisse, pudessem levar o BCE a travar esta nova subida. O que não aconteceu.

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