Economia

Vem aí uma gravíssima crise financeira mundial? "Há esse risco e é muito grande"

Análise de José Gomes Ferreira, da SIC, no Primeiro Jornal, à falência dos Silicon Valley Bank e Signature Bank, a maior falência no setor bancário desde 2008.

José Gomes Ferreira

SIC Notícias

José Gomes Ferreira, da SIC, alerta que há um "risco muito grande" de uma "gravíssima crise financeira mundial", após a queda do Silicon Valley Bank e do Signature Bank. Deixa ainda críticas ao Banco Central Europeu e prevê uma crise de confiança no mercado.

Questionado se poderia estar em causa uma "gravíssima crise financeira mundial", o jornalista da SIC considera que o risco é "muito grande" e que o "paralelismo" com o passado é "arrepiante".

"Na quarta-feira, houve um telefonema para a administração do Silicon Valley Bank com a Moody's a dizer 'vamos baixar a vossa nota' e, imediatamente, foi sabido no mercado e os depositantes começaram a levantar os depósitos. O banco teve de ser intervencionado e foi entregue a um comité. É agr esse fundo que vai vender os ativos e com o dinheiro pagar aos depositantes, sendo que Biden já disse que o contribuinte não entra na equação", explica.

José Gomes Ferreira alerta que o Silicon Valley Bank não foi o único banco a cair nos últimos dias e deu o exemplo de outros. Mas o que está por detrás disso? "A subida de juros dos bancos centrais", esclarece.

"Ao subir os juros desvaloriza o valor das obrigações dos estados. É o que esta a acontecer com as obrigações dos EUA e dos estados europeus".

Sobre a mensagem de confiança do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que garantiu que o sistema bancário norte-americano está seguro, José Gomes Ferreira considera que é a única forma de colocar "um tampão" na crise de confiança e tentar gerir expectativas em relação aos mercados. No entanto, pode não ser suficiente, defende.

No Primeiro Jornal, alerta para a "diferença" entre a reação do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco Central Alemão. Enquanto os alemães reuniram de emergência, o BCE já disse que não o vai fazer.

"O BCE e a Sra. Lagarde, que tem um espelho em Portugal, que é Mário Centeno, há pouco menos de ano e meio disseram que a inflação não era permanente, que era temporária e não previram a subida de juros, tiveram que subir os juros, andaram sempre a reboque e continuam a reboque".

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