Economia

Greve na CP: Iniciativa Liberal propõe devolução do preço dos passes

Numa tentativa de minimizar os impactos das greves, Rui Rocha anunciou que o partido vai apresentar uma iniciativa legislativa para que seja devolvido aos utilizadores dos transportes públicos o preço dos passes relativamente aos dias de greve.

SIC Notícias

A Iniciativa Liberal vai apresentar no Parlamento uma proposta que visa a devolução aos utentes da CP - Comboios de Portugal do valor do passe correspondente aos dias de greve, anunciou esta segunda-feira o líder do partido, Rui Rocha.

"Não é justo que as pessoas estejam a fazer um investimento e que depois tenham de recorrer a outros meios, dispor dos seus recursos financeiros", afirmou.

Os liberais querem "a devolução do valor do passe correspondente aos dias em que não há serviço e em que, portanto, as pessoas têm que ir ou de transporte público alternativo, ou através de um meio próprio que tenham, ou através de serviços de transporte de táxi e Uber", explicou o presidente da IL, Rui Rocha, que esteve esta segunda-feira na estação de comboios da freguesia de Agualva-Cacém, no concelho de Sintra

O partido culpa o Governo pelas sucessivas greves da CP e diz que os utentes são os mais prejudicados.

"As soluções do PS e do Governo atual estão esgotadas para o conjunto do país do ponto de vista económico e social", começou por dizer, em declarações aos jornalistas, na estação de comboios de Agualva-Cacém, na linha de Sintra.

Devolução seria feita "na proporção"

Questionado sobre esta proposta, Rui Rocha detalhou que a devolução seria feita "na proporção", exemplificando que os 40 euros de um passe mensal seriam divididos por 30 dias, e que o valor correspondente a cada dia em que houvesse greve, e "em que não houvesse serviços mínimos", seria devolvido aos utentes.

Além desta proposta, a IL defende que deve "haver concorrência de prestadores de serviço ferroviário sempre que isso é possível" e a concessão do serviço de transporte da própria CP.

O líder da Iniciativa Liberal acusou o Estado de ser "mau empregador".

"Não consegue resolver o conflito social, as greves sucedem-se e isso enquadra-se também naquilo que temos dito na IL, que é o esgotamento das soluções que o PS e o Governo têm para o país, para a economia, para a sociedade mas também para a gestão das empresas públicas", criticou.

Rui Rocha apontou para uma "situação de conflito social permanente dentro da CP" que tem duas consequências, a primeira "do ponto de vista dos seus próprios trabalhadores, que estão insatisfeitos e se manifestam desta maneira".

"A segunda é a consequência que isso tem para os utilizadores do serviço de transporte ferroviário da CP que vivem um verdadeiro calvário com a sucessão de dias de greve. Falámos aqui com várias pessoas que nos dizem que não sabem a que horas chegam ao emprego, não sabem a que horas voltarão ao fim do dia de trabalho e também não sabem quais são os recursos financeiros que têm que investir, porque compram o passe para ter acesso ao serviço mas depois não têm serviço", lamentou.

Durante o tempo em que esteve na estação de comboios da linha de Sintra, Rui Rocha abordou algumas das pessoas que esperavam na plataforma, entre elas uma mulher chamada Eunice, que esperava um comboio para Lisboa-Oriente e confessou ao líder da IL que não sabia a que horas iria chegar nem regressar a casa.

"Às vezes a patroa está bem-disposta, outras vezes está mal disposta, uma vez paga o táxi, outra vez não quer saber de pagar nada e depois na hora de voltar chego a casa às onze da noite porque tenho que andar a saltitar de Uber, de metro, até chegar", lamentou.

Esta segunda-feira, os trabalhadores da CP dão início a mais greves, com a transportadora a alertar para "fortes perturbações" até 02 de março.

Entre as 00:00 e as 08:00 desta segunda-feira, a CP já suprimiu 143 comboios dos 249 programados.

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