Alexandra Reis, atual secretária de Estado do Tesouro, disse hoje que nunca aceitou, e que devolveria "de imediato" caso lhe tivesse sido paga, qualquer quantia que acreditasse não estar no "estrito cumprimento da lei" na sua saída da TAP.
Numa declaração escrita enviada à agência Lusa, Alexandra Reis disse que o acordo de cessação de funções "como administradora das empresas do universo TAP" e a revogação do seu "contrato de trabalho com a TAP S.A., ambas solicitadas pela TAP, bem como a sua comunicação pública, foi acordado entre as equipas jurídicas de ambas as partes, mandatadas para garantirem a adoção das melhores práticas e o estrito cumprimento de todos os preceitos legais".
"Nunca aceitei - e devolveria de imediato caso já me tivesse sido paga - qualquer quantia em relação à qual não estivesse convicta de estar ancorada no estrito cumprimento da lei", sublinhou, garantindo que "esse princípio se aplica também aos termos" da sua "cessação de funções na TAP".
Governo pede esclarecimentos à TAP
Os ministros das Finanças e das Infraestruturas pediram esta segunda-feira esclarecimentos sobre a indemnização paga pela TAP à nova secretária de Estado do Tesouro.
Num despacho assinado por Pedro Nuno Santos, o ministro que tutela a TAP e a NAV, por onde passou Alexandra Reis, e por Fernando Medina, ministro das Finanças, líder do Ministério onde Alexandra Reis é secretária de Estado do Tesouro, querem informações sobre o enquadramento jurídico do acordo que levou à saída da ex-administradora da TAP, assim como a indemnização de 500 mil euros paga à nova governante.
O pedido de informações dos dois ministérios seguiu hoje para o Conselho de Administração da TAP, dois dias depois de o caso vir a público.
A nova secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, recebeu uma indemnização no valor de 500 mil euros por sair antecipadamente do cargo de administradora executiva da companhia aérea portuguesa, quando ainda tinha de cumprir funções durante dois anos.
Alexandra Reis tomou posse como secretária de Estado do Tesouro na última remodelação do Governo. Ingressou na TAP em setembro de 2017 e três anos depois foi nomeada administradora da companhia aérea.
A agora governante renunciou ao cargo em fevereiro e em junho foi nomeada pelo Governo para a presidência da Navegação Aérea de Portugal (NAV). Esta questão motivou críticas de vários partidos da oposição.