Para renegociar os créditos à habitação, diversos bancos estão a obrigar as famílias a comprar produtos que custam centenas de euros.
Apesar de já estar em vigor o decreto que obriga as instituições a rever as condições dos contratos, a medida só se aplica em alguns casos. As famílias que não estão abrangidas ficam sujeitas às imposições dos bancos.
Um dos exemplos foi um cabaz de Natal como moeda de troca para renegociar um crédito. Em causa está um produto de prestígio, que custou 255 euros.
"Foi a única alternativa que me deram. Havia duas: uma era o aumento do prazo da prestação do crédito à habitação, que eu não podia por causa da minha idade, e era esta de baixar o spread. Mas com a contrapartida, porque tem de haver uma contrapartida, segundo o banco, de comprar um produto de prestígio da aplicação do BPI. E eu comprei."
A mulher, que prefere manter-se no anonimato, pediu o empréstimo em 2019 e, até novembro de 2022, pagava cerca de 500 euros ao banco. Com a subida das taxas de juro, a prestação aumentou para quase 800 euros.
Segundo a Deco, esta é "uma prática relativamente comum".
"Quando nós contactamos o banco para, por nossa iniciativa, renegociar um contrato de crédito, é muito comum os bancos proporem a contratação de um produto adicional, um cartão de crédito, um seguro ou produtos que estão nesses cabazes, mais de luxo."
Fonte oficial do Millennium bcp disse à SIC que o banco "está a implementar as medidas de apoio às famílias", "sem exigir qualquer tipo de contrapartida aos clientes o que, a acontecer, seria absolutamente inaceitável".