Economia

Pedro Nuno Santos desafia Luís Montenegro a dizer se "teria ou não deixado a TAP falir"

Ministro das Infraestruturas afirma que deixar falir a TAP não é opção para o Governo.

SIC Notícias

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, afirma que, para o Governo, deixar falir a TAP não é opção e desafiou o líder do PSD, Luís Montenegro, a dizer que alternativa teria para a companhia aérea.

Luís Montenegro, que discursava este fim de semana no final da Convenção Autárquica Distrital do PSD de Coimbra, considerou que o que foi feito na TAP "foi um crime político e financeiro", afirmando que o anúncio do primeiro-ministro de que a privatização da TAP vai avançar nos próximos 12 meses "não pode passar incólume".

Pedro Nuno Santos respondeu esta segunda-feira à tarde ao líder do PSD: "Aos políticos exige-se mais do que fazer discursos em comícios, exige-se pensar politicamente, exige-se ter experiência, exige-se já agora assumir o que é que se faria na altura, e, o líder do PSD, isso nunca disse. Teria ou não deixado a TAP falir e o que é isso significaria ou não para o país".

O ministro acrescentou que é preciso "conhecer a história, o processo" e salientou que "a reversão parcial da privatização feita pelo Governo de direita não tem nada que ver com o que é feito em 2020".

“Portanto, o que estava em causa na intervenção que foi feita em 2020 foi assegurar que a TAP não desaparecia e, portanto, que nós não perderíamos o 'hub', esse foi o grande objetivo, não tem nada que ver com a reversão da privatização em 2015.”

Questionado sobre os custos para os portugueses, Pedro Nuno Santos considerou que custaria "muito mais aos portugueses, a Portugal, à economia portuguesa deixar cair a TAP e este é que é o ponto".

“Nós perderíamos milhares de milhões de euros sem um 'hub'. Portugal tem uma posição periférica no quadro europeu e isso é uma desvantagem, só que tem também uma centralidade na relação com o Atlântico que é uma vantagem e nós para aproveitarmos essa vantagem temos que ter um 'hub' na Península Ibérica que possa concorrer com um outro 'hub' que é em Madrid.”

E continuou: "Se nós quisermos perder todos os ativos que são fontes de negócio em Portugal, bom, então isso é sinal de que se desiste do país e nós não desistimos do país".

E à pergunta dos jornalistas quanto a possíveis interessados na privatização da TAP, o ministro respondeu: - "O como, o quanto e o quando ainda não estamos nesse momento".

"Neste momento há uma opção estratégica que não é nenhuma contradição, porque nós não intervencionamos a TAP para que ela fosse 100% pública, nós intervencionados a TAP para que ela não desaparecesse. Nós estamos numa fase muito inicial desse processo. Há essa opção estratégica, vamos dar tempo e quando houver novidades sobre o tema nós daremos", salientou Pedro Nuno Santos.

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